O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Orlando Silveira e o Conjunto Serenata



1956 - Valsas...Lembranças...Saudades


O primeiro contato com a música foi aos nove anos, aprendendo cavaquinho. Três anos depois, por influência do pai, o músico amador Delfino Oliveira Silva, trocou o cavaquinho pelo acordeom. Mas foi somente aos 17 que teve as primeiras noções de teoria musical. Pouco depois, mudou-se para São Paulo a fim de tentar a carreira artística. Em 1983, dez anos antes de morrer, formou-se em Direito pela Universidade Gama Filho.


Recomendado pelo acordeonista Arnaldo Meireles, assinou o primeiro contrato profissional, com a Rádio Tupi, em 1º de setembro de 1944, em São Paulo, passando então a integrar o conjunto regional de Antônio Rago. Em parceria com o cavaquinista do grupo, Esmeraldino Sales, fez suas primeiras composições. No mesmo ano, fez sua primeira gravação acompanhando o cantor Arnaldo Pescuma, na valsa "Nossa Senhora do Amparo". No ano seguinte, fez a primeira gravação solo, pela Continental, com a valsa "Triste carnaval", de Américo Jacomino, o "Canhoto" e a rancheira "Jeitosa", parceria com Juraci Rago. Em 1946, gravou mais uma parceria com Juraci Rago, a polca "Debulhando milho", além da valsa "Saudades de Matão", de Raul Torres e Jorge Galatti. No ano seguinte, gravou as valsas "Proposta de amor" e "O sírio", ambas de domínio público. Em 1949, gravou a clássica valsa "Ave Maria", de Erotides de Campos. Em 1950, gravou de sua autoria o choro "Indeciso" e a valsa "Lembrança do passado".

Chegou no Rio de Janeiro, em maio de 1951, pelas mãos de Luiz Gonzaga, e participou do Regional de Canhoto (Valdiro Tramontano). A época foi fértil para o aperfeiçoamento teórico, pois estudou com Leo Peracchi, Henrique Morelenbaum e Hans Koellreuther. Foi neste período que começou a fazer arranjos. No mesmo ano, gravou na Odeon ao acordeom a toada "Ter amor é bom", de B. Fonseca e C. Gencini e o samba canção "Separação", de José Roy e Orlando Monello. Ainda no mesmo ano, gravou na Continental com o grupo vocal Vagalumes do Luar o balanceio "Balanceando", de sua parceria com Orlando Pinto e os baiões "Paraíba", "Baião de dois", de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, "Vô pro Ceará", de sua parceria com Mário Vieira e "Bananeira", de Arlindo Pinto e Mário Vieira.
Em 1952, gravou dois discos para a RCA Victor com o choro "Romântico", de sua parceria com Horondino Silva, os baiões "Baionada", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e "Baião na Síria", de Altamiro Carrilho e Ari Duarte e o choro "Passatempo", de sua autoria. No mesmo ano, ingressou na Copacabana e lançou o samba "Pé de anjo", de Sinhô, interpretado em ritmo de baião ao acordeom e o choro baião "Bodinho de galocha", de sua parceria com Horondino Silva. Em seu segundo disco na nova gravadora gravou o maxixe "Leão de chácara", parceria com Horondino Silva.

Em 1953, gravou o samba "Caso de amor", parceria com Esmeraldino Sales. Em 1954, gravou o dobrado "Ipiranga", de sua autoria e a valsa "Meus quinzes anos", de Jaime Florence e Mauro Afonso.

Em 1955, ingressou na Odeon e gravou o "Ragtime 1929", de Oscar Bellandi e Álvaro Matos e o bolero "Saudade dos teus lábios", parceria com Jaime Florence. No mesmo ano, gravou os choros "Os pintinhos no terreiro" e "Não me toques", de Zequinha de Abreu. No ano seguinte, gravou com seu conjunto as valsas "E o destino desfolhou" e "Assim acaba um grande amor", de Gastão Lamounier e Mário Rossi. No mesmo ano, gravou com sua bandinha a polca "Pé de vento", parceria com Arlindo Pinto e a rancheira "Babozeira", de Lamartine Babo. Em 1957, gravou com seu conjunto o cha cha cha "Aqueles olhos verdes", de N. Menendez e o choro "Perigoso", parceria com Esmeraldino Sales.

De 1956 a 1974, trabalhou na Odeon, escrevendo arranjos para os artistas da gravadora. No ano de 1962, ao lado de vários artistas, correu a Europa e o Oriente Médio, apresentando-se pela V Caravana Oficial da MPB, projeto criado pela Lei Humberto Teixeira.

Em 1988, foi o arranjador e maestro de mais de 50 músicas incluídas no álbum duplo "Há sempre um nome de mulher", produzido por R. C. Albin para a Campanha de Aleitamento Materno e do qual se venderam cerca de 600 mil cópias, nas agências do Banco do Brasil espalhadas em todo o país. No ano seguinte, convocado pelo mesmo produtor, participou do show de despedida de Sílvio Caldas no Teatro João Caetano, ao lado, entre outros, de Altamiro Carrilho. Mesmo aposentado, não abandonou a música. Continuou criando arranjos para discos de Luiz Gonzaga e Nélson Gonçalves, entre outros, e lecionou harmonia na Faculdade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Seu último trabalho foi em 1992, no CD duplo "Ary Barroso - 90 anos", 
fazendo a orquestração e a direção musical do disco.
* Texto retirado do site DICIONÁRIO MPB



2 comentários:

Paulinho Leme disse...

Olá!

Tudo bem?

Como é bom encontrar informação sobre esse grande mestre! Viva o acordeon brasileiro, viva o choro!

Só tenho a agradecer!

Convido a visitar meu blog: http://paulinholeme.blogspot.com/

Grande abraço,

Paulinho Leme.

Fernando Gasparini disse...

Tem uma versão linda de "Perigoso" nesse link http://www.youtube.com/watch?v=hSWNNBhYlYs.