O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pixinguinha e Seu Conjunto (14/07/2011)

Como já foi escrito aqui em outras postagens, todas as palavras possíveis de serem ditas sobre Pixinguinha serão poucas perto de sua obra, sua genialidade e sua preciosa contribuição para a música. Ele foi o maior compositor brasileiro, um dos maiores instrumentistas (na flauta era virtuose, no saxofone, criou seus famosos e geniais contrapontos). O que todo mundo sabe, mas pouco fala, é que ele foi um dos maiores arranjadores da música brasileira, e, pela consistência de seu trabalho em arranjos, pode-se dizer que é o pilar central do arranjo musical brasileiro.  Não se pode dizer exatamente quando começou a carreira de arranjador de Pixinguinha, porque desde muito cedo, em sua prática musical, Pixinguinha atuou fazendo arranjos. Na adolescência, ele tocou na Orquestra de Paulino Sacramento, em grupos carnavalescos, nos palcos dos cafés concertos e das revistas, enfim, em vários contextos que o tornaram próximo dos arranjos de bandas. Na década de 1930, Pixinguinha já era o mais importante arranjador da música brasileira, estando à frente de grupos como a Orquestra Victor Brasileira, os Diabos do Céu e o Grupo Guarda Velha, que gravaram com a maioria dos artistas mais conhecidos da época. Nesse período, ele esteve também dirigindo regionais e bandas em rádios. Esse disco da postagem de hoje foi gravado provavelmente em 1957, ano em que Pixinguinha gravou vários LPs, alguns com marchinhas carnavalescas e esse com músicas juninas. Nesse período, ele já havia abandonado a flauta, e tocava saxofone, como indica a capa do disco. Seu talento como arranjador estava no auge. Esse disco é um presente. São músicas de São João com arranjos de Pixinguinha. Não deixem de reparar com atenção nos incríveis contrapontos. Fino demais.


Lado A

01-Pula fogueira (Getulio Marinho (Amor) – João Bastos Filho)
02-Fale na orelhinha de cá (Haroldo Lobo – Milton de Oliveira)
03-Tentei fazer mais um baião (Assis Valente)
04-Baile na roça (Haroldo Lobo – Milton de Oliveira)
05-Cai cai balão (Assis Valente)
06-O casamento da filha do Thomaz (Haroldo Lobo – Milton Oliveira)

Lado B

01-O delegado quer prender o Antonio (Haroldo Lobo – Milton Oliveira)
02-Chegou a hora da fogueira (Lamartine Babo)
03-Dias dos namorados (Haroldo Lobo – Milton Oliveira)
04-Pedro, Antonio e João (Benedicto Lacerda – Oswaldo Santiago)
05-Lá vem a Rita (Haroldo Lobo – Milton Oliveira)
06-Isto é lá com Santo Antonio (Lamartine Babo)

Nenhum comentário: