O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Gordurinha - Mamãe estou agradando (01/09/2011)

Waldeck Artur de Macêdo nasceu no bairro da Saúde, em Salvador, no dia 10 de agosto de 1922. Sempre foi magro, magérrimo, e foi por isso que o irônico apelido de Gordurinha pegou. Ele começou a carreira como cantor aos 16 anos, em um programa de calouros na Rádio Sociedade da Bahia, em Salvador. Depois, trabalhou em rádios em Recife, foi para o Rio de Janeiro, voltou para Recife. No ano de 1954, o grande cantor Jorge Veiga gravou uma de suas composições, o baião “Quero me casar”. O final da década de 1950 foi particularmente importante para a vida de Gordurinha. Foi em 58 que gravou o côco “Vendedor de Caranguejo”, um de seus maiores sucessos. Em 1959, Jackson do Pandeiro gravou “Chiclete com Banana”, a música que virou nome de banda de axé, tirinha de cartunista (genial, por sinal, o Chiclete com Banana de Angeli), peça de teatro, além de ser o hino da resistência ao colonialismo cultural norte-americano. Também, em 1959, gravou o baião “Baiano Burro Nasce Morto”, que virou uma espécie de definição bem-humorada da baianidade. Em 1960, Gordurinha gravou sua obra-prima: o baião-toada Súplica Cearense, música que Luiz Gonzaga confessou que desejava ter sido ele o compositor. Foram muitos os intérpretes que gravaram o Gordurinha: o próprio Jackson, Gilberto Gil, Jorge Veiga, entre muitos outros. Como todos poderão ouvir nesse disco, Gordurinha tinha grande inclinação para o humor. Tanto suas composições quanto o repertório que escolhia para interpretar eram carregados de sátiras. Isso chamava tanto a atenção da crítica e do público que ele acabou ficando conhecido por ser engraçadinho. Mas ouçam com atenção a sua Súplica Cearense, e perceberão que Gordurinha era muito mais do que um compositor de coisas cômicas. Ademais, sua vida foi cheia de passagens tristes e trágicas. Por conta de uma asma que corroia seus pulmões, Gordurinha começou a usar morfina, e acabou se viciando. O vício gerava altos e baixos, fugas de casa com desaparecimento por vários dias, voltas para casa em péssimo estado, instabilidades emocionais e financeiras. Foi a morfina que o matou, de overdose, no dia 16 de janeiro de 1969.


Lado A

1-Bossa quase nova (Gordurinha) Samba
2-Súplica Cearense (Gordurinha – Nelinho) Baião-toada
3-Tô doido pra ficar maluco (Rodrigues da Silva – Ataíde Pereira) Rock
4-Poeira de morte (Florentino Coelho – Eloide Warthon) Baião-toada
5-Na marca do penalty (Erasmo Silva) Samba
6-Não sou de nada (Gordurinha – Valter Silva) Samba côco

Lado B

1-Passe ontem (Umberto Silva – Luiz Mergulhão) Xote
2-Eu preciso namorar (Gordurinha) Rasqueado
3-Meio termo (Gordurinha) Samba
4-Calouro teimoso (Gordurinha – Nelinho) Samba
5-Quando os Baianos se encontram (Oscar Bellandi – José Ribeiro) Samba
6-O marido da vedete (Gordurinha) Samba

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