O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Cultura da Logomarca e o silêncio dos instrumentos, por Cacai Nunes

Texto: Cacai Nunes

Eis que vivemos na cidade planejada, Capital da Esperança. Criada a partir dos traços do arquiteto e do urbanista. Pura arte ! Como já dizia o poeta: “Gosto tanto dela assim”. Sei não ! De uns tempos pra cá, tenho deixado de gostar tanto da cidade onde fui criado. Cheguei em 84 aos 5 anos de idade e me sinto brasiliense de corpo e alma. Só que a cidade tá explodindo. Carros, muitos carros, falta de educação, expansão desordenada, corrupção descarada (precisava falar??) e outras mazelas tão comuns em outras grandes cidades que, até então, a gente achava que Brasília estaria imune, #sqn. Tanto é que me mudei pro interior de Sobradinho, bem na Casa do Chapéu.
Mas o fato é que, quando a cidade foi concebida, esqueceram de planejar algo inevitável na vida das pessoas: diversão. E o que isso inclui ? Um boa música.
Chegamos ao ponto principal deste texto.   
      Estamos, músicos e profissionais da cultura, sendo excluídos do nosso fazer cotidiano, por conta de proibições que eu chamaria de ridículas, já que estamos numa grande cidade e como toda grande cidade, a música é parte dela. E Brasília é notória por seus artistas que se consagraram com sua música, criada aqui.  E como estes artistas começaram sua carreira ? Na noite, no fazer diário, em rodas de amigos, de choro, de forró, jams de rock e tudo que sempre coube por aqui...Afinal, não somos aquele turbilhão cultural, mistura de todos os Estados e blá blá blá? Mas e cadê a tolerância nessa mistura? Será que ela se perdeu geneticamente? Nem estou falando de uma diversão desregrada, porque também tenho minhas ressalvas (a idade vai chegando, a preguiça aumentando...rs), mas sim de uma participação de uma classe que mobiliza boa parte da população que consome, que faz notícia, que forma opinião e assim, multiplica o (restrito) mercado da capital.

            Aí, chego à uma conclusão, já compartilhada com algumas pessoas mais próximas, que cada vez mais Brasília tem sido a capital da política. Até pra se fazer cultura e/ou música. Ultimamente, os eventos na Esplanada têm sido os mais aclamados. Só se faz cultura na Esplanada. Mas porque só lá ? Certamente pela institucionalização da cultura. A cultura da logomarca. Pra ficar bonitinho pros 3 Poderes. Mas no entanto, a meu ver, os eventos na Esplanada são pouco criativos (salvo raras exceções). Tem quase sempre a mesma estrutura de palco, som (quase sempre alto pra porra), luz, tendas, perfil de público. Parece até que o evento da semana que vem será uma continuação do evento da semana retrasada. E ainda tem a “invasão” da música de fulano do Norte, de beltrano do Nordeste. Tudo isso pode, mas e nós que aqui estamos, pra onde vamos ? Mofar na cidade-planejada-fiscalizada-vigiada, das regras rígidas, bem cumpridas, onde reina a paz e o silêncio dos cemitérios, e nem pássaros, nem cigarras, nem crianças e nem músicos podem brincar, cantar e tocar? Pra sair daqui também tá difícil.
          
            Precisamos repensar modos de fazer, ocupar os pequenos botecos, os parques, a rua, a beira do lago. Mas aí, voltamos à tolerância. Será que o senhor e a senhora podem dar uma brecha pra quem faz e vive de música na capital ? Saia de casa e venha ouvir os acordes dos nossos bandolins, violas, violões, guitarras, os sons dos nossos pandeiros, das baterias e tudo que soa nesse cerrado do céu de nuvens doidas.
Ou será que é necessário sair da capital pra termos o devido reconhecimento ? Eu prefiro acreditar que ainda é possível. Estou exercitando minha tolerância.

Cacai Nunes é violeiro, compositor e pesquisador.

Apresenta o Programa Acervo Origens todo sábado às 19h na Rádio Nacional Brasília FM 96,1 e também coordena o Blog Acervo Origens www.acervoorigens.com

sábado, 4 de maio de 2013

Lançamento do Livro "A velha guarda do Choro no Planalto Central"


Publicação inédita registra memória da Velha Guarda do Choro em Brasília

Show de lançamento de livro-CD reunirá gerações do Choro de Brasília na próxima terça-feira. Com início previsto para 18h, evento tem entrada franca.
No dia 07 de maio, o Teatro Levino de Alcântara da Escola de Música de Brasília, na  602 sul, abriga uma roda de choro nada convencional. Cavaquinhos, bandolins, pandeiros, flautas e violões, músicos e apreciadores do chorinho estarão, sim, presentes.  Mas o evento, desta vez, traz homenagem à Velha Guarda do Choro de Brasília, em lançamento de publicação que conta a vida e obra de importantes músicos do gênero musical autenticamente brasileiro.
Em formato de livro e CD, “A Velha Guarda do Choro no Planalto Central” é fruto de pesquisa realizada por Ana Lion e Sebastião Rios, com direção Musical de Lucas de Campos e fotografias de Marcelo Feijó. A pesquisa tem o objetivo de registrar a memória da Capital do Choro e relembrar a importância de músicos que vieram de todas as partes do país, nas décadas de 60 e 70, dando inestimável contribuição para o gênero musical e a cultura local.
O lançamento do livro será seguido de um show, em que alunos e professores da Escola de Música apresentarão composições dos mestres do choro e, em seguida, a própria Velha Guarda se reencontrará no palco, como em outros tempos.
A apresentação está marcada para as 18 horas. Em cena, as novas gerações do Choro de Brasília reverenciam os músicos e chorões da Velha Guarda e trazem de volta o espírito dos mestres que, junto com a construção de Brasília, ergueram importante movimento que transformaram a capital federal em “Capital do Choro”. O local do show foi escolhido pela importância simbólica da Escola de Música de Brasília, onde vários dos mestres chorões formaram outras gerações de músicos.
Confirmaram presença no evento Carlinhos 7 cordas, Odette Ernest Dias, Eli do Cavaco, Américo, Valério, Valdeci e Dinaldo Domingues. Outros músicos de Brasília também participam: Paulo André Tavares, Beth Ernest Dias, George Lacerda, Pedro Barbosa, Augusto Contreiras, Evandro Barcelos, Dolores Tomé, Fernando Machado, Jaime Ernest Dias, Nivaldo da Flauta, Paulinho do Cavaco, Walcir, Tonho, Davison, Sérgio Morais, Thanise Silva, Luiz Duarte, Felipe Pessoa, João Ferreira, Lucas de Campos e Carrapa do Cavaquinho.
In Memoriam - O trabalho é dedicado, também, a três chorões que faleceram no decorrer da pesquisa: Alencar 7 Cordas, Coqueiro e Pernambuco do Pandeiro, bem como aos demais mestres falecidos, perfilados no livro-cd: Hamilton Costa, Tio Nilo, Bide da Flauta, Avena de Castro, Six e João Tomé.
No encerramento, estão previstas uma sessão de autógrafos e uma confraternização.
O evento de lançamento de “A Velha Guarda do Choro no Planalto Central” é uma realização do Centro de Educação Profissional da Escola de Música de Brasília e do Instituto Pactos, organização da sociedade civil que apóia e realiza ações culturais com responsabilidade social, educacional e ambiental.
A publicação teve o apoio do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e foi uma realização da Universidade Federal de Goiás, com apoio da Universidade de Brasília.
O livro-cd “A Velha Guada do Choro no Planalto Central” estará a venda no local.

Para mais informações e fotos em alta resolução:
Ana Lion (61) 8209-6936
Dani Neri (61 9267-4710
Local: Teatro Levino de Alcântara, Escola de Música de Brasília, 602 Sul
Programação:
·       18h – Roda de Choro
·       19:30 – Show: Homenagem à Velha Guarda do Choro
·       21:30 – Confraternização e Autógrafos
Entrada Franca






segunda-feira, 22 de abril de 2013

Programa Acervo Origens - 20abr13 - Especial Chorões de Brasília

Está no ar o Programa Acervo Origens Especial Chorões de Brasília, em homenagem aos 53 anos de Brasília, comemorado no dia 21.04 e ao Dia Nacional do Choro, comemorado no dia 23 de abril.

CLIQUE AQUI PARA BAIXAR

1) Imagem (Alencar 7 Cordas), com Dois de Ouro 
2) Quando fala o coração (Avena de Castro), com Nivaldo (flauta), Alencar (7 cordas), Américo (6 cordas), César (6 cordas), Chico de Assis (Cavaquinho), Jorginho (pandeiro)
3) Brejeiro (Ernesto Nazareth), com Roberto Corrêa e Alencar 7 Cordas
4) Imitação (Alencar 7 Cordas), com Regional Bem Brasil
5) Sorriso de Cristal (Luiz Americano), com Choro Livre
6) Harmonia Selvagem (Dante Santoro), com Choro pra cinco
7) Vivaldino (Altamiro Carrilho), com Sérgio Morais e Choro Livre
8) Mariazinha sentada na pedra (Ernesto Nazareth), com Choro & Companhia
9) Proeminente (Ernesto Nazareth), com 
Choro & Companhia
10) Matuto (Ernesto Nazareth), com 
Choro & Companhia
11) Caboco Zangado (Luperce Miranda), com Grupo Aquattro
12) Gaúcho (Corta-Jaca) (Chiquinha Gonzaga), com Cacai Nunes
13) Rebuliço (Hermeto Pascoal), com Gabriel Grossi
14) Baião Brasil (Daniel Santiago), com Hamilton de Holanda
Programa Acervo Origens, todo sábado às 19h na Nacional Brasília FM 96,1mhz ou no www.acervoorigens.com
Pesquisa, produção e apresentação: Cacai Nunes
Redação: Gabriela Tunes
Digitalização do Acervo: Renato Menguele