O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Zé do Rancho - Viola da Moda (04/10/2011)

O avô de Sandy e Júnior, grandes ídolos do pop-sertanejo, é um artista de múltiplos talentos, embora bem menos conhecido do que seus netos. João Isidoro Pereira nasceu e Guapiaçu, São Paulo, no ano de 1927. Com 8 anos, ele conta que já tocava cavaquinho em bailes, trabalhava como engraxate e fazia uns bicos daqui e dali. Aos 17 anos, apresentava-se em circos, como instrumentista, cantor e ator, com nome artístico de Bonifácio. Foi nesse período que adotou Zé do Rancho como nome artístico. Nos anos 50, ele tocava guitarra elétrica na famosa Orquestra Nelson de Tupã. Em 1954, na capital, trabalhou na rádio Tupi como substituto de Caboclinho, que estava adoentado, e formava trio com Serrinha e Riellinho. Quando Caboclinho faleceu, Zé do Rancho assumiu oficialmente o seu lugar. O trio fazia shows, gravações e mantinha um programa que ia ao ar três vezes por semana na Rádio Tupi. Na mesma época, ele formou dupla com seu irmão, o Zé do Pinho. Na década de 1960, o Serrinha, do famoso trio, largou a carreira, e foi substituído por Mariazinha, esposa de Zé do Rancho. O trio se desfez, em 1962, permanecendo a dupla Zé do Rancho e Mariazinha, que gravou vários LPs, até Mariazinha deixar a carreira artística. Zé do Rancho formou outra dupla, com Sebastião Gomes, que adotou o nome de Zé do Pinho. Eles gravaram vários LPs, até que Zé do Pinho resolveu virar pastor protestante. Zé do Rancho seguiu adiante, agora em carreira solo, quando, inclusive, seu talento como instrumentista foi destacado.  Além das duplas, trios e discos-solo, Zé do Rancho participou da gravação de dezenas de discos de grandes artistas (como Tonico e Tinoco, Sérgio Reis, entre outros), tocando violão, viola caipira e cavaquinho. Foi também produtor musical, nas gravadoras RCA e RGE, e apresentador de rádio e TV. Atualmente, ele compõe e grava em seu estúdio caseiro, e continua procurando uma boa segunda voz, para retomar a carreira de cantor. Em 2007, ao completar 80 anos, ele fez uma apresentação em São Paulo, gravada em CD e DVD, em que estiveram presentes músicos famosos, como seus netos Sandy e Junior, Família Lima, Chitãozinho e Xororó, Mariazinha, Zé do Pinho, Sérgio Reis, entre outros.
Nesse disco da postagem de hoje, Zé do Rancho mostra sua qualidade como instrumentista intérprete, tocando os grandes hits do repertório caipira com excelentes interpretações.



Lado A

                 01-  Moda da Pinga (Malvada pinga) (Laureano)
                 02- Piracicaba (Newton de A. Mello)
                 03- Luar do Sertão (Catulo da P. Cearense)
                 04- De papo pro ar (Joubert de Carvalho – Olegario Mariano)
                 05- Saudade de Ouro Preto (D. P.)
                 06- Na Serra da Mantiqueira (Ary Kerner)

Lado B

01-  Moda da Mula Preta (Raul Torres)
02- Viola da Moda (Milton José – Zé do Rancho)
03- Pingo D’ Àgua (Raul Torres – João Pacífico)
04-Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira)
05- Vida malvada (Almirante -  Lucio Azevedo)
06-Viola Enluarada (Marcos Valle – Paulo S. Valle)




sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Canoeiro - Os grandes sucessos de Zé Carreiro e Carreirinho (12/08/2011)

Zé Carreiro, cujo nome é Lúcio Rodrigues de Souza, nasceu em 1922, em uma fazenda no município de Santa Rita do Passa Quatro. Adolescente, mudou-se para São Paulo, onde começou a cantar modas de viola. No final dos anos 40, conheceu Adauto Ezequiel, o Carreirinho. Sobre ele, há um episódio curioso: Adauto tinha ascendência alemã, e seu sobrenome seria Humziker. O escrivão achou o nome muito complicado, e acabou registrando o menino como Adauto Ezequiel. Em 1950, a dupla gravou, na Continental, o primeiro 78 rpm, com as músicas Canoeiro (cururu) e Ferreirinha (moda de viola). Permaneceram juntos até 1958, mas ambos fizeram carreira cantando em outras duplas. A dupla Zé Carreiro e Carreirinho é considerada uma das mais importantes da música caipira. Zé Carreiro faleceu em 1970 na cidade de São Paulo. Ele gravou mais de 50 discos de 78 rpm, dois compactos e alguns LPs. Carreirinho tem cerca de 1680 músicas de sua autoria gravadas. Ele é, juntamente com Raul Torres, Serrinha, Tinoco e Zé da Estrada, considerado uma das melhores vozes da música caipira. Carreirinho faleceu, aos 87 anos, em março de 2009. Esse disco, lançado em 1978, é uma coletânea de sucessos anteriores. Destaco a faixa 1 do Lado A (Canoeiro), e a faixa 1 do Lado B (Ferreirinha), por serem as primeiras músicas da dupla a serem gravadas.


Lado A

1-Canoeiro – Cururu (Zé Carreiro-Alocin)
2-A  morte do Carreiro – Moda de viola (Zé Carreiro -Carreirinho)
3-Boi Soberano – Moda de viola (Carreirinho-Izaltino Gonçalves de Paula- Pedro Lopes de Oliveira)
4-Pirangueiro – Cururu (Zé Carreiro)
5-Preto fugido – Moda de viola (Zé Carreiro)
6-Cruel destino – Moda de viola (Carreirinho)
7-Bombardeio-Moda de viola (Zé Carreiro-Geraldo Costa)

Lado B

1-Ferreirinha – Moda de viola (Carreirinho)
2-Saudades de Araraquara – Cururu (Zé Carreiro)
3-Duas cartas – Cateretê (Zé Carreiro-Carreirinho)
4-Flor proibida – Cateretê (Zé Carreiro-Carreirinho)
5-Sucurí - Cururu (Zé Carreiro-Ado Benatti)
6-Último adeus - Valseado (José Fortuna-Fernandes)
7-As três cuiabanas-Moda de viola (Zé Carreiro-Carreirinho)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Inezita Barroso - Vamos falar de Brasil (26/07/2011)

A Diva da música caipira, Inezita Barroso, cujo nome é Inês Madalena Aranha de Lima, nasceu no ano de 1925, na cidade de São Paulo. Já aos sete anos, começou a cantar. Ela morava ao lado de Mário de Andrade, a quem aprendeu a admirar desde a infância. Aos 11 anos, começou a estudar piano. Nas férias, Inezita passava temporadas no interior de São Paulo, onde se apaixonou pela música caipira e pela viola. Antes de começar a atuar profissionalmente como cantora e instrumentista, Inezita formou-se em biblioteconomia e casou-se. Depois disso, começou a cantar músicas folclóricas recolhidas por Mário de Andrade na Rádio Clube do Recife. Começou a gravar no ano de 1951, e desde então não parou mais. Logo depois, estreou no cinema, e passou a apresentar, no ano de 1954, o Programa Vamos Falar de Brasil. Esse disco da postagem de hoje, que leva o nome do seu primeiro programa de rádio, foi gravado em 1955, e rendeu à Inezita o prêmio Roquette Pinto na categoria Melhor Cantora de Música Popular. Nele estão dois dos maiores sucessos de Inezita: Lampião de Gás, de Zica Bergami e Moda da Pinga, de Laureano e Raul Torres.

  
Lado A

1-Retiradas (Oswaldo de Souza)
2-Peixe vivo – Baião - (Nono Timoneiro)
3-Engenho novo – Cocô (Heckel Tavares)
4-Zabumba de nego – Samba jongo – (Hervê Cordovil)
5-Lampião de gás – Valsa – (Zica Bergami)
6-Ismalia – (Capiba/ Alphonsus de Guimaraens)

Lado B

1-Festa do Congado – (Juracy Silveira)
2-Temporal – (Paulo Ruschel)
3-Lua, lua – Cantoria – (Catulo de Paula)
4-Azulão – (Jayme Ovalle/ Manoel Bandeira)
5-Seresta – Canção – (Georgina Erismann)
6-Moda da pinga – (Laureano/ Raul Torres)


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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Marvada Viola - Ao Capitão Furtado (15/12/2010)

Esse disco, gravado por Roberto Correa, João Lyra e Adelmo Arcoverde, com participações de Sivuca, Zé Mulato e Cassiano e Rolando Boldrin, conta, por meio das mãos de grandes violeiros, um pouco da história da viola caipira. O disco, lançado em 1986, foi patrocinado pela Funarte, e foi feito em homenagem ao Capitão Furtado. Esse foi o nome artístico adotado por Ariowaldo Pires, cantor e compositor, um dos pioneiros da música caipira. Ele nasceu em 1907, em Tietê, São Paulo, e era sobrinho de Cornélio Pires, o homem responsável pela primeira gravação da música caipira. Capitão Furtado teve intensa atuação no rádio, como cantor, divulgador da música brasileira e humorista. Dedicou a vida à música a ao rádio. Em  1979, após receber o troféu Chantecler pelos 50 anos de carreira, faleceu em São Paulo, aos 72 anos, vítima de parada cardíaca. Esse disco, gravado em 1986, é uma justa homenagem a esse grande homem.  O ponto alto do disco é, sem dúvida, a faixa 3, um pout-pourri que tem clássicos do cancioneiro caipira, trechos de textos do Capitão Furtado e a participação de Zé Mulato e Cassiano e Sivuca. Não fica atrás, também, Asa Branca, que tem uma interpretação bem caipira desse hino da música nordestina, com direito ao chocalho da cascavel soando.


Lado A

1-     Luar do sertão (João Pernambuco-Catulo da Paixão Cearense)
2-     Parecença (Roberto Corrêa)
3-     Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira)
Fim do mundo (Capitão Furtado)
Valsinha caipira (Roberto Corrêa)
Saudade de Matão (A. Silva, R. Torres, Jorge Galati )
O homem e a espingarda (Zé Mulato-Churrasco)
Destinos iguais (Capitão Furtado-Laureano)
Sertão do Laranjinha (Capitão Furtado-Tonico & Tinoco)
Saudade de Matão (A. Silva, R. Torres, Jorge Galati )
4-     Disparada (Geraldo Vandré-Théo de Barros)

Lado B

1-   Asa Branca (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira)
2-   Folia da esmilinguida (Roberto Corrêa)
3-   No quintal do matuto (João Lyra)
4-   Chalana (Mário Zan-Arlindo Pinto)
5-   Lambança Qu’imba-lança (Roberto Corrêa)
6-  Três histórias (João Lyra-Ivanildo Maciel)

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tião Carreiro e Pardinho - Modas de viola classe A - (21.10.2010)

Tião Carreiro e Pardinho formaram uma das duplas mais importantes da música caipira. José Dias Nunes, o Tião Carreiro, nasceu no dia 13 de Dezembro de 1934 em Monte Azul , região de Montes Claros, e foi criado numa fazenda nos arredores de Araçatuba, interior do estado de São Paulo. Começou a tocar violão ainda pequeno, com 8 anos de idade, quando também já cuidava do arado e dos afazeres na roça. Antes de conhecer Pardinho, Tião cantava e tocava em várias duplas, e com diversos nomes diferentes. Antonio Henrique de Lima, o Pardinho, nasceu em São Carlos em 14 de agosto de 1932. Começou cantando com o nome de Miranda e formou uma dupla com Zé Carreiro (da dupla Zé Carreiro e Carreirinho) em 1956, para concorrer a um concurso para violeiros lançado pela rádio Tupi. Eles ganharam o concurso e, a partir daí, Antonio Henrique adotou o pseudônimo de Pardinho.  Tião Carreiro e Pardinho se conheceram em 1954, no interior de São Paulo. Em 1956, foram para São Paulo, e conheceram Teddy Vieira que batizou José Dias Nunes de Tião Carreiro. Em novembro de 1956, gravaram o primeiro disco juntos. A dupla gravou mais de 40 discos juntos, e hoje é referência na música caipira. Esse disco, gravado em 1974, contém uma seleção de modas de viola, de diversos compositores. Desfrutem!




TIÃO CARREIRO E PARDINHO MODAS DE VIOLA CLASSE A

Lado A

1-      A volta que o mundo dá (Lourival dos Santos – Zé Batuta)
2-     Fandango mineiro (Carreirinho – Pedro Lopes de Oliveira)
3-     Bandeirante Fernão (Ado Benati – Campos Negreiros)
4-     Sabrina (Carreirinho – Zé Carreiro)
5-     Caboclo de sorte (Tião Carreiro – José de Morais)
6-     Derrota do boi Palácio (Zé Carreiro – José de Morais)

Lado B

1-      Gato de três cores (Carreirinho)
2-     Boiada Cuiabana (Raul Torres)
3-     Velho Peão (Teddy Vieira – Sulino)
4-     Oswaldo Cintra (Tião Carreiro – Lourival dos Santos)
5-     Ferreirinha (Carreirinho)
6-     Morena do Sul de Minas (Dino Franco – Tião Carreiro)