O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio.
Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.
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quinta-feira, 29 de março de 2018
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Abdias e sua sanfona de oito baixos - Oito baixos pra frente (01/07/2011)
José Abdias de Farias nasceu em Taperoá, na Paraíba, em 1933. Começou a tocar sanfona ainda garoto. Sua carreira profissional começou na Rádio Difusora de Alagoas, onde tocava como solista. Foi lá que conheceu Marinês, que veio a se tornar sua esposa, e cujo enorme sucesso se deve, evidentemente, ao seu incrível talento como cantora, mas também ao trabalho de Abdias na produção (musical e executiva). No começo, Marinês e Abdias formaram uma dupla e começaram a percorrer cidades do Nordeste. Talentosos, inteligentes e carismáticos, Abdias e Marinês começaram a cativar um público fiel. Um dia, receberam o convite de Luiz Gonzaga para irem ao Rio de Janeiro tocar com ele. Lá, o casal desenvolveu uma carreira longa e repleta de sucessos. Abdias, além de dominar o instrumento, era um visionário na área de produção musical. Ele foi contratado pela CBS (que rivalizava, na época, com a RCA, onde estava ninguém menos do que Luiz Gonzaga) para fazer a direção artística da Marinês, que desenvolveu uma carreira artística prestigiada e rentável. Com o intuito de desbancar a RCA na área de música nordestina, Abdias, pela CBS, levou uma leva de forrozeiros de peso para a Cidade Maravilhosa. Vieram o Trio Nordestino, Coronel Lundru, Osvaldo Oliveira, João do Pife, Jacinto Silva, Messias Holanda, Elino Julião e até Jackson do Pandeiro, que se transferiu para a CBS em 1971. Pela sua intensa atividade tanto na banda que acompanhava Marinês como nas atividades de direção artística e produção musical, Abdias acabou gravando poucos discos solo, como sanfoneiro. Mas esses poucos demonstram quão espetacular era esse sanfoneiro. O disco de hoje foi gravado pela CBS, no ano de 1971. O destaque é a música que dá nome ao disco, Oito Baixos pra Frente, de Dominguinhos e Anastácia.
Lado A
1-Oito baixos pra frente (Dominguinhos – Anastácia)
2-Seu dia chegará (Geraldo Gomes – Anatalicio)
3-Sertão de Norte a Sul (Sebastião Rodrigues)
4-Quadrilha na palhoça (Dominguinhos – Anastácia)
5-Recordando alguém (Julinho)
6-Que saudade da mulher (Onildo Almeida – Sebastião Moraes)
Lado B
1-Se quer beber, beba (Elias Soares – Sebastião Rodrigues)
2-Fuxiqueiro (Manoel Serafim)
3-Realidade da vida (Calazans Viveiros – Amadeu Macedo)
4-Baixo de prata (Sebastião Rodrigues)
5- Forró em Porto Velho (Zé Cobrinha – Abdias Filho)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Geraldo Correia - Desafiando os 8 baixos - (15.10.2010)
Geraldo Correia é um sanfoneiro fenomenal, estupendo, extraordinário. Como o nome do disco diz, ele toca (ele ainda é vivo, e mora em Campina Grande, na Paraíba) sanfona de 8 baixos. Para quem não sabe, a sanfona de oito baixos é um tipo de sanfona que tem 8 botões na mão esquerda e duas ou três fileiras de botões na mão direita. Os sanfoneiros contemporâneos, em geral, tocam a sanfona de 80 ou 120 baixos, que é aquela que costumamos ver, que, em vez de botões na mão direita, tem um teclado semelhante ao do piano; na mão esquerda, ela tem 80 ou 120 botões. Apesar disso, há ainda muitos sanfoneiros de 8 baixos em atividade, e atualmente observa-se franco crescimento do interesse de jovens instrumentistas pelo fole de 8 baixos. Esse instrumento é parte importantíssima da memória musical nordestina, pois, além de ser a iniciação grandes sanfoneiros (como Luiz Gonzaga), foi nela que muitos dos elementos da sanfona brasileira foram criados e aperfeiçoados. Sobre Geraldo Correia, há pouca informação biográfica disponível. Ao ouvir esse disco, contudo, fica evidente que ele figura entre os grandes. No disco, majoritariamente instrumental, Geraldo mostra que não é somente um virtuose dos 8 baixos, mas também grande compositor. A primeira música, Saudades de Minha Terra, de autoria de Geraldo, é um choro de linda melodia, que, mesmo sem palavras, fala de saudade. Tão geniais como ela são outras composições de Geraldo Correia, como Desafiando os 8 baixos, Assanhadinho, Frevo Pernambucano, Roça Nova e todas as outras. Tem destaque também Ricaom (3ª faixa do Lado A), de Moacir Santos, outro choro maravilhoso, e possivelmente de difícil execução na sanfona de 8 baixos. Mais uma preciosidade do disco é Forró no Ceará, música instrumental composta sob a parceria de Geraldo Correia e Jackson do Pandeiro. Ou seja, esta aí um disco para ser ouvido centenas de vezes, sem pular nenhuma faixa.
Lado A
1- Saudade de minha terra – Choro - (Geraldo Correia)
2- Assanhadinho – Forró - (Geraldo Correia)
3- Ricaom – Choro - (Moacir Santos)
4- Chora mulher – Samba - (Geraldo Correia – Antonio Casimiro)
5- Forró no Ceará – Forró - (Geraldo Correia – Jackson do Pandeiro)
6- Disafiando os 8 baixos - (Geraldo Correia)
Lado B
1- Três da tarde – Frevo - (Lídio Francisco)
2- Saudade da Bahia – Choro instrumental - (João Gordo)
3- Roça nova – Quadrilha - (Geraldo Correia)
4- Forró em Aracati – Forró - (Rosil Cavalcanti)
5- Opinião – Samba - (Eli Julião)
6- Frevo pernambucano – Frevo - (Geraldo Correia)
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