O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.
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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Oswaldo Silva - Nordeste eu te amo (02/08/2011)

 É ele mesmo. Oswaldo Silva é o nosso Oswaldinho do Acordeon. Ele nasceu em 1954, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Quando gravou esse disco, em 1972, tinha, portanto, 18 anos apenas. Nessa época, ele já residia em São Paulo. Bom, ele aprendeu a tocar bem cedo, com 8 anos já fazia apresentações. Na página dele no myspace está escrito que ele começou a estudar de verdade em 1976, quando conheceu o professor italiano Dante D’Alonzo. Mas, sinceramente, ouvindo esse disco aqui, eu garanto que esse professor não teve muito trabalho com o garoto. Porque ele, aos 18 anos, já demonstrava maturidade musical, inclusive porque tem várias composições dele. Isso sem falar da técnica, que é aprimorada. Voltando à vida de Oswaldinho, ele então estudou música erudita por 13 anos, inclusive no Conservatório Dante, de Milão.  Depois, vem o que todo mundo já sabe: um enorme sucesso, reconhecimento nacional e internacional, gravações com os maiores artistas brasileiros. Atualmente, ele ainda faz shows, e anda com a agenda cheia. Ele usa agora com uma sanfona digital, que ele adotou por ser bem mais leve do que a acústica. Mas ele diz também que ela tem recursos de mudanças de timbres que ele gosta e usa (quem quiser conferir, vá a uma apresentação dele, é imperdível!). É incrível como o ainda jovem Oswaldinho, que não era do nordeste e nunca morou lá, conseguiu assimilar tão bem a linguagem da música nordestina, tanto nas interpretações como nas composições. O título do disco, uma declaração de amor ao nordeste, reflete bem seu conteúdo. Reparem no talento precoce de compositor, notadamente na faixa Surubim. Ouçam com atenção, também, Homenagem a Zé Dantas, de Antônio Barros, que é linda. Desfrutem!!!!

  
Lado A

1-Surubim (Oswaldo silva)
2-Nordeste, eu te amo (Oswaldo Silva – Milton José)
3-Tangará (Dominguinhos – Anastácia)
4-Imperatriz (Oswaldo Silva – Nivaldo Gomes)
5-Porto Seguro (José Martins – Pedro Antonio)
6-Isto é saudade (Toco Preto – Leonardo Alves)

Lado B

1-Baião bugue (Toni Martins – Reginaldo Santos)
2-Porto belo (Oswaldo Silva – Nivaldo Gomes)
3-Homenagem a Zé Dantas (Antonio Barros)
4-Meu bem (Toco Preto)
5-Campina chora (Edmilson Vieira)
6-Gravataí (Oswaldo Silva – Milton José)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mario Zan e Seu famoso Acordeon (11/05/2011)

Mario Giovanni Zandomeneghi nasceu em Roncade, em Veneza. Apesar de italiano, Mário Zan é um dos sanfoneiros mais importantes do Brasil. Aos quatro anos de idade, veio com a família morar em Santa Adélia, no interior de São Paulo. Aos 12 anos, ele já era um virtuose do acordeon, e foi morar na cidade de São Paulo. Lá, aos 13 anos, iniciou sua carreira profissional, que durou mais de 70 anos. Ele gravou 300 discos 78 rpm, 110 LPs e mais de 50 CDs. Ele foi autor de grandes sucessos, gravador por artistas como Roberto Carlos e Almir Sater. Entre eles, podemos destacar Segue Teu Caminho, Chalana, Festa na Roça, Bicho Carpinteiro, Trem de Ferro, Nova Flor - mais conhecida como Os Homens Não Devem Chorar - e Quarto Centenário, feita em homenagem ao aniversário de São Paulo. Essa música vendeu 1 milhão de cópias, número maior do que a quantidade de vitrolas que existiam no país, e se transformou em um marco na discografia nacional. Mário Zan é também o rei da festa junina. Até hoje ele vende dezenas de milhares de discos nos meses de maio, junho e julho. Além das mais de 30 composições juninas, Mário Zan gravou também as famosas marcações para quadrilha (que são discos em que o próprio Mário Zan gravou locuções vocais ensinando como se organiza uma quadrilha, e coordenando a dança do começo até o fim, enquanto debulha a sanfona). Quanto a ser chamado de Rei da Quadrilha, ele mesmo não gostava, dizendo, com muito bom humor, que parecia coisa de mafioso. Se não era o Rei da Quadrilha, ele foi coroado, por ninguém menos do que Luiz Gonzada, o Rei da Sanfona. Ele faleceu em 2002, mas continua presente enquanto existirem as festas de São João.


Lado A

1-Limpa banco-Choro (Mario Zan)
2-Fritz na gafieira-Polca (Mario Zan)
3-Segredos de amor-Valsa (J.M. Alves – Mari Silva)
4-Vai por mim-Maxixe (Mario Zan)
5-Sai dessa-Polca (Mario Zan – Messias Garcia)
6-Santos Dumont-Dobrado (Mario Zan)

Lado B

1-Só para você-Bolero (Mario Zan)
2-Quarto centenário-Dobrado (Mario Zan – J.M.Alves)
3-Velhos tempos- Mazurca (Armandinho)
4-Samba da saudade-Samba (Mario Zan – Angelo Reale)
5-Falando de amor-Choro (Mario Zan)
6-Boneca cobiçada-Bolero (Biá – Bolinha)