O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.
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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Programa Acervo Origens - 04maio19

O Programa Acervo Origens desta semana apresenta o clarinete do potiguar Renato Tito, os baiões de Alventino Cavalcante, a música do Estado do Amapá com o grupo Os Mocambos, as composições do violeiro Fábio Miranda registradas em seu CD Chamamento e raras gravações ao vivo de Gilvan Chaves que fazem parte de seu acervo pessoal que está sendo digitalizado aqui no nosso estúdio.



1) Amoroso (Garoto - Luiz Bittencourt) com Renato Tito e seu conjunto
2) Ivanira (De Castro - Milton Santos) com Renato Tito e seu conjunto
3) Chorando baixinho (Abel Ferreira) com Renato Tito e seu conjunto

4) Sofre quem tem amor (Bidoca - J. Lisboa - Hélio Nascimento) com Alventino Cavalcante
5) Rojão da beira-mar (João Barone - Luiz de Souza) com Alventino Cavalcante
6) Adeus Adeus (Bezerra da Silva - Lunguinho) com Alventino Cavalcante
7) Ensaio de Rua (Barbosa da Silva – Otávio Lima – José Lima) com Alventino Cavalcante

8) Rosa branca Açuçena (Tradicional) com Os Mocambos
9) Lirio Roxo (Tradicional) com Os Mocambos
10) Vem pra cá Yôyô, vem pra cá Yayá (Tradicional) com Os Mocambos
11) Eu tinha mamãe, eu tinha (Tradicional) com Os Mocambos

12) Arremesso (Fábio Miranda - João de Abreu) com Fábio Miranda e part. Paulo Ohana
13) Samba de Fole (Adalberto Rabelo Filho - Fábio Miranda - DJ Jamaika - Valéria Lehmann) com Fábio Miranda e part. DJ Jamaika
14) Arigó (Adalberto Rabelo Filho - Fábio Miranda) com Fábio Miranda e part. Rafael Miranda

15) Mocambo de Paia (Gilvan Chaves) com Gilvan Chaves
16) Fazendo Jangada (Gilvan Chaves) com Gilvan Chaves
17) Prece ao Vento (Gilvan Chaves - Fernando Luís da Câmara Cascudo) com Gilvan Chaves

Pesquisa, Produção e apresentação: Cacai Nunes

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

'Quero todos os discos do Brasil', diz colecionador com 5 milhões de vinis

Mantidas as devidas proporções, ficamos muito felizes quando nos deparamos com esta reportagem, pois é exatamente o que já vimos fazendo aqui no Acervo Origens, desde 2010.

Hoje, nossa modesta coleção está toda catalogada e, em parte, digitalizada com foto da capa, contra-capa e selos da bolacha, além do áudio dos Lp's !

Desejamos muita força ao Zero Freitas e que este trabalho seja reconhecido !

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MATÉRIA PUBLICADA NO G1

 http://g1.globo.com/sao-paulo/musica/noticia/2014/08/quero-todos-os-discos-do-brasil-diz-colecionador-com-5-milhoes-de-vinis.html
Ter uma cópia de todos os vinis já lançados de música brasileira é o objetivo de Zero Freitas, empresário que já estima guardar 5 milhões de álbuns (entre nacionais e estrangeiros) em dois galpões em São Paulo. Ele chamou atenção entre colecionadores do mundo ao comprar 1 milhão de discos de um ex-lojista dos EUA, e foi destaque em reportagem da "New York Times Magazine" no dia 8 de agosto.


O empresário Zero Freitas em um dos galpões onde guarda milhões de vinis, na Vila Leopoldina, em São Paulo (Foto: G1/Flavio Moraes)Empresário Zero Freitas em um dos galpões onde
guarda milhões de vinis, na Vila Leopoldina, em SP
(Foto: G1/Flavio Moraes)
Zero contratou 16 estagiários — a maior parte estudantes de história — e uma gerente para catalogar os álbuns, em um galpão na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo. O G1visitou o espaço com 500 mil discos, onde também funciona uma das empresas dele, que aluga luz e som para peças de teatro. Zero mostrou o processo de catalogação. Em outro galpão maior próximo, na Lapa, ele diz guardar mais 4,5 milhões de álbuns (veja o vídeo acima).
O empresário, músico e colecionador quer "todos os discos de música brasileira" pois tem "obsessão por memória e história". Além do acervo em galpões, ele contabiliza 100 mil discos em casa. Os que ficam nos galpões são catalogados em uma velocidade média de 500 por dia, o que não dá conta de escoar os lotes de centenas de milhares que ele compra em todo mundo.
Quem é Zero Freitas
José Roberto Alves Freitas, que adotou o apelido Zero, é um empresário paulista de 60 anos — ele aponta erro do "New York Times", que disse que sua idade é 62. Ele é graduado em Música pela Universidade de São Paulo (USP), e se especializou em trilhas para peças de teatro. Em paralelo, cuida de negócios de transporte da família. Hoje é diretor comercial da transportadora Benfica, que, entre outros negócios, opera linhas de ônibus em Diadema (SP).
O empresário Zero Freitas em um dos galpões onde guarda milhões de vinis, na Vila Leopoldina, em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)O empresário Zero Freitas em um dos galpões onde
guarda milhões de vinis, na Vila Leopoldina, em SP
}(Foto: Flavio Moraes/G1)
"Não tive prazer nos primeiros dez anos de trabalho com transportes. Eu tinha que ser guia turístico e viajava o Brasil todo com 90 idosas malucas e meia dúzia de jovens, nos anos 70", conta. Ele diz já ter se dedicado "24 horas por dia" tentando conciliar as trilhas de teatro e os negócios familiares. Hoje, continua com a "responsabilidade" de dirigir a companhia, mas tem mais tempo para a crescente coleção de vinis.
O empresário tem três filhos do primeiro casamento, que durou 22 anos. O segundo casamento, sem filhos, já dura 20 anos. Foi com a atual mulher que ele diz ter começado seu período de "abundância". O sucesso financeiro, segundo ele, "já estava no mapa astral".
"Quando conheci minha atual mulher, isso me abriu um canal de abundância, uma coisa mística, esotérica. Abundância financeira, mesmo. Tinha alguma coisa que emperrava isso. De repente, passei a investir em coisas que davam muito certo. Comprava uma casa caindo aos pedaços, no dia seguinte ia uma incorporadora e oferecia três, quatro vezes o que eu paguei. Isso já estava no meu mapa astral desde o início", afirma.
EstagiáriOs trabalham na catalogação de coleção de vinis do empresário Zero Freitas, em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)Estagiários trabalham na catalogação de coleção de
vinis do empresário Zero Freitas, em São Paulo
(Foto: Flavio Moraes/G1)
'Maluco'
"Ele era mais maluco que eu", diz Zero Freitas sobre Olivier Toni, maestro e professor da Faculdade de Música da USP. Seu ex-professor era obcecado por buscar partituras de música barroca no interior de Minas Gerais, e acabou se tornando uma das inspirações para o esforço de Zero por colecionar música.
A paixão também vem de família. "Minha mãe é louca por música. Quando criança, me passou essa paixão por música brasileira, e aos cinco anos me comprou um piano", lembra. O primeiro vinil foi "Roberto Carlos canta para a juventude". Também é do cantor capixaba uma das peças mais valiosas da coleção atual: "Louco por você", trabalho de estreia, que foi renegado pelo próprio Roberto. Enquanto fãs do "rei" sonham com uma cópia do álbum, Zero tem quatro.
Quando vale a coleção? De cara, ele responde: "Não tem preço e não está à venda". Mas, fazendo um cálculo geral, ele diz que, entre bolachas "que não valem nada" e outras raríssimas, o valor total deve bater os R$ 5 milhões.
O empresário Zero Freitas em um dos galpões onde guarda milhões de vinis, na Vila Leopoldina, em São Paulo (Foto: Flavio Moraes/G1)O empresário Zero Freitas em um dos galpões onde
guarda milhões de vinis, na Vila Leopoldina, em SP
(Foto: Flavio Moraes/G1)
'Obscuridades'
"Só de discos de cantoras evangélicas cariocas, tenho mais de mil, daqueles que nem a mãe da artista deve saber que existe. Mas me interessa pela obscuridade sociológica", diz aos risos. Os amigos sabem do interesse dele por discos renegados. "No último 'lixo' que me deram, veio um LP do América do Rio, de 1960. Eu nunca vi isso e tenho certeza que os torcedores do América também não conhecem", conta.
A coleção "deu um salto" quando ele mergulhou no eBay, site de leilões online, no começo dos anos 2000. "Comprava raridades por quase nada", diz.
Zero diz não comprar mais pelo site, mas ainda arremata coleções inteiras de todo o mundo, com a ajuda do "olheiro" carioca Allan Bastos, que conheceu no eBay. Também colecionador, Allan morava em Nova York e agora se mudou para Paris. Ele faz contato com pessoas que ajudam a achar oportunidades de compras em várias cidades. As compras chegam de navio, em containers.
Projeto de site
O próximo projeto é o site Emporium Musical, onde pretende colocar a lista de todo o acervo catalogado e abrir para consulta pública. Os interessados em conhecer o disco teriam que contatar Zero pelo site e combinar a visita diretamente, planeja.
O empresário não tem ideia de quantos discos ainda precisa comprar para completar a ambiciosa meta de ter toda a música brasileira em vinil. Ele também não sabe qual o número exato de discos de música brasileira e estrangeira tem, já que a coleção total ainda está sendo catalogada.
Mas, pelo menos entre os discos de 78 rotações (populares na primeira metade do século 20), há boa expectativa de chegar à meta. "Há uma estimativa de que foram lançados 60 mil discos brasileiros neste formato. Estou de olho em uma coleção que vai me levar bem perto deste número", adianta Zero.