O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Carmélia Alves - Correndo o Norte (08/12/2010)

Carmélia Alves nasceu em Bangu, no Rio de Janeiro, em 1923. Era filha de um cearense com uma baiana, e sua família gostava de festas e música. Desde cedo, portanto, Carmélia esteve imersa em meio musical. Sua grande influência foi Carmem Miranda, que ela ouvia desde adolescente, e treinava o canto imitando a diva. Em 1940, foi contratada pela Rádio Nacional, para cantar músicas do repertório da Carmem Miranda. Sua mania de imitar Carmem Miranda resultou em um contrato com a rádio Mayrink Veiga, que buscava justamente uma substituta para Carmem Miranda, que havia se mudado definitivamente para os Estados Unidos. Em 1943, com apoio de Benedito Lacerda, gravou seu primeiro disco, em parte com dinheiro do bolso. Seu primeiro grande sucesso, a toada “Me leva”, foi gravado em 1949, com Ivon Curi, e orquestração de Radamés Gnattali. Daí em diante, Carmélia gravou várias canções que ficaram conhecidas em todo o Brasil. Em 1950, por exemplo, gravou “Sabiá na Gaiola”, de Hervé Cordovil e Mário Vieira. Nessa fase de sua carreira, Carmélia se aproximou de ritmos nordestinos, como frevo e baião, apesar de continuar cantando sambas. Em 1951, em viagem ao nordeste com o marido, conheceu o sanfoneiro Sivuca, e acabou carregando-o para o Rio de Janeiro. Na década de 50, acabou recebendo o honroso título de Rainha do Baião. A partir daí, gravou dezenas de disco, apresentou-se no Brasil e no exterior, e se firmou como uma das maiores cantoras do baião e de outros gêneros regionais. Esse disco não tem data, nem ficha técnica, e nem consta das discografias de Carmélia Alves.  Tem coisas lindas, como “Dançar baião”, de Lindolfo Alves, que tem uma introdução com pífanos, e “Xenhenhem”, de João Silva e Raimundo Evangelista. Aliás, toda a parte instrumental do disco é fantástica, e não fica atrás do talento enorme de Carmélia.


Face A

1-     Dançar baião (Lindolfo Barbosa)
2-     Vai pensamento (Evaldo Gouveia-Jair Amorim)
3-     Marinheiro só (Caetano Veloso)
4-    Delim - Dilá(João Silva-José Pereira)
5-     Lavandeira(João Silva-Anatalício)
6-     Xenhenhem (João Silva-Raimundo Evangelista)

Face B

1-    Baião de Santa Luzia (Luiz  Bandeira)
2-   Moinho Dágua (Edinho-Francisco Elion)
3-   Viola do Zé (Zé Menezes – Luiz Bittencourt)
4-   Cajueiro dôce(Manézinho Araújo-Antonio Maria)
5-   Correndo o norte(Luiz Vieira)
6-   Eles não são mansos não (Zé Dantas-Jimmy Lester)

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Um comentário:

nilson araujo disse...

Que beleza de disponibilização Cacai! Parabéns pelas raridades postadas!