O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Samba terreiro e batucada (24/05/2011)

O disco da postagem de hoje foi produzido por um grande nome da música brasileira, que, embora ligado ao jazz e à bossa-nova, acabou não ficando muito conhecido do grande público. Mas, entre músicos e produtores, não há quem não conheça Durval Ferreira. Ele nasceu em 1935, no Rio de Janeiro. Sua mãe era bandolinista (na época em que o bandolim era um instrumento essencialmente feminino), e deu a ele as primeiras noções do violão. Não tardou para que Durval travasse contato com vários músicos, como Johnny Alf, Luiz Eça, João Donato, Tom Jobim e outros.  Durval compôs clássicos da bossa-nova, como Estamos Aí e Tristeza de Nós Dois.  Durval gravou poucos discos, porque, na maior parte de sua carreira, dedicou-se à produção de discos. Como produtor, ele lançou Emílio Santiago, Joanna e Sandra de Sá. Seu único disco solo, Batida Diferente, gravou seu único disco solo. Entre seus maiores sucessos, destacam-se Batida diferente (com Maurício Einhorn), Chuva (com Pedro Camargo), Estamos aí (com Maurício Einhorn e Regina Werneck), Moça flor (com Lula Freire) e Tristeza de nós dois (com Maurício Einhorn e Bebeto Castilho). Apesar disso, ele participou de trabalhos de peso como instrumentista. Seu violão pode ser ouvido nos discos de grupos como o Sexteto Bossa Rio original (com Dom Um Romão, Octávio Bailly Jr., Paulo Moura, Pedro Paulo, e Sergio Mendes), Os Gatos (com Copinha, Edmundo Maciel, Eumir Deodato, Maurício Einhorn, Maurílio Santos, Meirelles, Neco, Paulo Moura e Wilson das Neves), Ed Lincoln e Tamba Trio (com Luiz Eça, Ohana e Bebeto). Ele faleceu em 2007, vítima de um câncer de mama, muitíssimo raro em homens.
Samba, Terreiro e Batucada foi um disco produzido por Durval Ferreira, em 1973, reunindo vários cantores e grupos de samba, quase todos ainda pouco conhecidos: Rubens da Mangueira canta o sucesso de Zuzuca, Boi da Cara Preta; Darcy do Império traz o seu Caxambu de Sá Maria, os Embaixadores do Ritmo cantam Uma Mulher, de Geraldo Cunha (também vocalista) e Dinheiro e Mulher (Gilson de Souza). Os Naturais cantam Até o Carnaval Chegar (Romildo e J. Pesanha); Teté da Portela aparece em duas faixas: Katimbó e Caminheiro. Um sambista apelidado de [Índio] Branco canta Saravá, a única faixa que justifica o "Terreiro" do título do disco, enquanto os Kebuletes mostram o Pagode de Bamba. O destaque fica para o grupo Explosão do Samba, que canta É Preciso Cantar, um lindíssimo samba de Adeilton Alves e Dálcio Carvalho.


Lado A

1-Boi da cara preta (Zuzuca) canta: Rubens da Mangueira
2-É preciso cantar (A. Alves – D. Carvalho) canta: Explosão do samba
3-Katimbó (Teté da Portela – M. O. C. Teixeira) canta: Teté da Portela
4-Dinheiro e mulher (Gilson de Souza) canta: Embaixadores do ritmo
5-Até o carnaval chegar (Romildo – J. Pessanha) canta: Os naturais

Lado B

1-Caxambu de Sá Maria (Darcy do Império) canta: Darcy do Império
2-Camisa 10 (H. Matheus – L. Vagner) canta: Paulão
3-Pagode de bamba (S. Teixeira – D. Teixeira) canta: Os kabuletes
4-Sarava (Índio Branco) canta: Índio Branco
5-Caminheiro (Teté da Portela – O.C. Teixeira) canta: Teté da Portela
6-Uma mulher (Geraldo Cunha) canta: Geraldo Cunha e Embaixadores do ritmo

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