O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tião Carreiro e Pardinho - Os Reis do Pagode (25/05/2011)

Tião Carreiro e Pardinho formam uma das duplas mais importantes da música caipira. O Acervo Origens já postou mais três discos da dupla, disponíveis aqui. Além do inegável talento, a dupla resistiu à onda do sertanejo-brega, que chegou avassaladora inundando o universo da música rural brasileira. Mas Tião Carreiro e Pardinho tinham clareza do que eram e do que queriam, e seguiram fazendo o que foi então chamado de “música caipira de raiz”. Mas eles mesmos também não se deixam cair em outras armadilhas, como a do fundamentalismo da tradição, que condenam como heresias quaisquer modificações e inovações que os artistas inserem nas tradições. Então, sua música é enraizada e contemporânea. Há, em toda a obra da dupla, músicas que tratam da vida rural, do campo e do sertão, e outras que refletem a realidade urbana, para onde a música caipira inevitavelmente se mudou. Tião Carreiro e Pardinho começaram a cantar juntos em 1954, em praças públicas e circos. A ascensão da dupla foi meteórica. Rapidamente começaram a gravar. Ao longo da carreira toda foram mais de 55 discos com cerca de 700 músicas gravadas. Trabalharam nas Rádios Nacional, Record e Globo, e foram campeões de venda. A dupla brigava muito, e se separou seis vezes. Em certas ocasiões, eles se apresentavam e não se falavam. Em 1991, a dupla separou-se definitivamente, e Tião Carreiro foi formar outras duplas. Não duraram muito, porque ele faleceu em 1993.  O disco de hoje faz referência ao Pagode, ritmo criado por Tião Carreiro e batizado assim por Teddy Vieira, e que nada tem a ver com o pagode carioca que surgiu na década de 1980. O disco de hoje é do início da carreira da dupla. Destaco O Justiceiro, de Léo Canhoto.


Lado A

1-A beleza do ponteio (Capitão Furtado – Tião Carreiro)
2-Quatro horas (Léo Canhoto)
3-Feliz Casamento (Tião Carreiro – Luiz de Castro)
4-Companheiro do Ferreirinha (Pinheirinho – Geraldo Galdino)
5-Paisagens do Sertão (Luiz de Castro – Pardinho)
6-Canoeiro do mar (Tonico – Alencar)

Lado B

1-Em tempo de avanço (Lourival dos Santos – Tião Carreiro)
2-A vida de um policial (Tião Carreiro – Lourival dos Santos)
3-Nossa Senhora da Guia (Dr. Alves Lima – Piraci)
4-O Justiceiro (Léo Canhoto)
5-Minha esposa vale ouro (Tião Carreiro – Lourival dos Santos)
6-A viola e o violeiro (Lourival dos Santos – Tião Carreiro)

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