O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Elomar - Fantasia leiga para um rio sêco (08/07/2011)

A Fantasia Leiga Para um Rio Seco é o primeiro registro sinfônico de Elomar, gravado em 1981. Foi orquestrada pela Sinfônica da Bahia e regida pelo Maestro Lindenbergue Cardoso. O encarte traz a apresentação da obra, escrita por Ernani Maurílio. A obra é um poema narrativo, em que Elomar discorre sobre a seca de 1890, à qual não é dada a devida atenção pela historiografia. Conta-se que, desde 1887, a seca flagelava o nordeste, cuja população não recebia amparo dos governos; fugindo da miséria e da fome, uma horda de famintos invadiu as cidades em busca refúgio. A Fantasia Leiga Para um Rio Seco narra a saga de um retirante, que abandona sua terra natal, tentando conseguir uma vida melhor, e deixa a mulher e os filhos mortos. Ao longo de sua jornada, o pobre homem só encontra problemas e, por isso, acaba também morrendo. Elomar compara a saga dos retirantes nordestinos com a peregrinação do povo judeu, que passou pela Diáspora, ambos à custa dos piores sofrimentos, mas em busca da terra prometida.  O sertão, na história de Elomar, equivale ao deserto da diáspora judaica, local que permite a salvação do sertanejo por meio do sofrimento. A obra é constituída por 5 cantos:  “Incelença pra terra que o sol matou”, “Tirana”, “Parcela”, “Contra-dança” e “Amarração”.

Esse LP é mais uma obra genial de Elomar, artista admirável, porque de fato nunca se preocupou em fazer muito sucesso, mas tão somente em produzir boa música, verdadeiramente enraizada na realidade sertaneja, cuja simplicidade é reverenciada e praticada por Elomar. Apesar de louvar as coisas simples e populares, Elomar não tem medo das complexas e eruditas, e, então, coloca tudo isso nos discos. O resultado é sempre fascinante.


Lado A

1-     Abertura (Elomar)
2-    Tirana (Elomar)
3-    Parcela (Elomar)
4-    Contradança (Elomar)

Lado B

1-     Amarração (Elomar)



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