O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Armadinho e o Trio Elétrico - Viva Dodô e Osmar (06/04/2011)

Armando da Costa Macedo nasceu no dia 22 de maio de 1953, na Bahia. Seu pai, Osmar Macedo, foi um dos criadores do Trio Elétrico. Por isso, Armandinho teve contato íntimo com a música e com os instrumentos de corda desde muito cedo. O bandolim, instrumento de sua formação, ele começou a tocar aos nove anos. Sua grande influência foi o músico Aníbal Augusto Sardinha. O Armandinho disse uma vez: “Na verdade é tudo por intermédio de meu pai, né? As harmonias do Garoto, as escalas do Garoto, aquela coisa toda, então sempre foi uma referência assim, pra mim, do maior instrumentista brasileiro de todos os tempos, tanto no violão, bandolim, violino, banjo, guitarra havaiana todos os instrumentos de corda ele destruía”. Com dez anos, no carnaval de 1964, Armandinho se apresentou no Trio Elétrico Mirim. Na adolescência, nas décadas de 1960 e 70, obviamente ele foi influenciado pelo rock. Em 67, montou a banda Hells Angels, que tocava Beatles e Jimi Hendrix. No final da década de 1960, Armandinho chegou a ir para o Rio de Janeiro, para disputar a final de um programa de calouros (ele ficou em segundo lugar, mas foi aplaudido em pé no Teatro Municipal). Ele então foi contratado pela TV Tupi, e gravou dois compactos e um LP. Ele voltou para a Bahia, gravou um disco com Caetano Veloso e, em 1974, o Trio Elétrico de Dodô e Osmar incorporou o Armandinho, e passou a se chamar Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar. Eles gravaram vários LPs produzidos por Moraes Moreira, e foi nessa época que Armandinho foi alterando o pau-elétrico, criado por Dodô, até transformá-lo na guitarra baiana. De 1975 a 1977, Armandinho acompanhou Moraes Moreira, juntamente com Dadi (baixo) e Gustavo (bateria). Esses instrumentistas se juntaram a mais dois (Mú Carvalho nosteclados e Ary Dias na percussão), e formaram o grupo “A Cor do Som”. O grupo gravou 5 LPs geniais até 1985, e graças a ele, Armandinho ficou conhecido em todo o Brasil. Nesse período, Armandinho, paralelamente, ainda gravou alguns discos com o Trio Elétrico, dentre os quais esse da postagem de hoje. O disco tem o vigor do Trio Elétrico, juntamente com a voz de Moraes Moreira na sua melhor fase. A guitarra baiana de Armandinho fala sozinha, conversa com a melodia cantada o tempo inteiro. O disco é cheio de hits carnavalescos, deliciosos de ouvir.


Lado A

1-Viva Dodô e Osmar
                                                               (Morais-Zé Américo)
2-Eu sou o carnaval
(Morais-Rizério)
3-Beleza Pura
(Caetano Veloso)
4-Dança do tempo
(Armandinho)
5-Vida e carnaval
(Morais-Aroldo)
6-Alegria desafia violência
(Taiane)

Lado B

1-Bloco do prazer
(Morais-Fausto Nilo)
2-Manifesta
(Osmar)
3-Carnaval em Salvador
(Armandinho-Morais)
4-Guita Freva
(Aroldo)
5- Pout-pourri: Colombina (Armando Sá-Miguel Brito)
Espinita (Nico Jimenez)
El Cumbachero (Rafael Hernandez)

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