O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mungangueiro prá daná Genival Lacerda o "Senador" do Rojão (01/06/2011)

De acordo com o Dicionário Aurélio, munganga quer dizer careta, trejeito, esgar, momice; mogiganga. Então, mungangueiro é algo como mandingueiro, malandro, cheio de bossa. O Rei da Munganga, Genival Lacerda, nasceu em abril de 1931. Ou seja, recentemente, ele completou 80 anos. Ele começou a gravar em 1956, pelo selo Mocambo, interpretando o “Côco de 56”, de sua autoria, em parceria com João Vicente, e “Dance o Xaxado”, de sua autoria com Manoel Avelino. Em 1975, Genival gravou seu maior sucesso “Severina Xique-Xique, no álbum “Aqui tem catimberê”, e vendeu cerca de 800 mil cópias. Interessante é que essa inocente música quase foi proibida pela censura do regime militar. Na verdade, a música já era sucesso junto ao público nordestino quando o departamento regional da Polícia Federal do Ceará mandou a letra ao diretor da Divisão de Censura de Brasília, alegando que famílias cearenses protestavam em relação à palavra “boutique”, que teria duplo sentido. O técnico de censura de Brasília, entretanto, entendeu que a canção era um veículo de integração da nacionalidade. Pois então, até censurado pelo regime militar o Genival Lacerda foi. Mas sua marca era mesmo seu estilo único, repleto de humor e duplo sentido, junto com seu gingado com a mão na barriga. Ao longo da carreira, foram 23 CDs, 49 LPs e dezenas de compactos simples. Aos 80 anos, ele tem planos de lançar um disco só com músicas de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. O disco da postagem de hoje foi lançado em 1970, e tem baião, samba, côco e até cantiga tradicional de capoeira. O destaque fica para A pisada do côco, de autoria de Genival Lacerda, e para a divertida O Forró dos Cabeludo, de Agnaldo Batista, uma homenagem do forró à grande novidade musical da época, chamada Jovem Guarda.


Lado A

1-Cadê meu bem
(Brito Lucena)
2-Forró do cabra Zoró
(Elias Soares/Genicé Moraes)
3-A pisada do côco
(Genival Lacerda)
4-Fiquei na Bahia
(Clodoaldo Brito/João Melo)
5-Macaconauta
(Luiz Moreno)
6-Vaqueijada
(Bráulio de Castro/Wilson Duarte)

Lado B

1-Bandinha do macaco
(Anatalício/Buco do Pandeiro)
2-Quero me casar
(Gordurinha)
3-Forró dos cabeludos
(Agnaldo Batista)
4-Lei do divorcio
(Joca de Castro/Genival Lacerda)
5-Ladeira do boi
(Genival Lacerda)
6-Cala a boca Zucão
(Genival Lacerda/Ary Monteiro)

Nenhum comentário: