O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Bandinha do Camarão (15/07/2011)

Primeiramente, que coisa tenebrosa é esse camarão tocando tuba. E o Camarão da bandinha toca é sanfona, além de ser bem mais bonito do que o crustáceo ilustrado na capa. Comentários sobre a arte gráfica à parte, eis aqui mais um disco em que Camarão debulha o fole. Reginaldo Alves Ferreira nasceu em Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco, em 1940. O apelido ele ganhou do cantor Jacinto Silva, em razão de suas bochechas avermelhadas. Ele começou a tocar ainda criança, e, em 1960, ingressou na Rádio Difusora de Caruaru, onde conheceu grandes músicos, como Sivuca e Hermeto Paschoal. Na Rádio Difusora, criou o Grupo Nortista, seu primeiro conjunto. Em 1962, foi contratado pela gravadora pernambucana Mocambo, onde gravou vários 78 rpm. Em mais de 60 anos de carreira, Camarão gravou dezenas de discos, e se transformou em uma das maiores referências da sanfona nordestina. Esse disco que postamos hoje aqui no blog foi gravado em 1969, com produção de Luiz Gonzaga. Apesar de ter músicas estrangeiras (como Hello Goodbye, de Lennon e McCartney; La La La, de D.M de La Calva e A. R.Arcusa;  L’important c’est la rose, de G. Becaud-L. Amade); L’amour est bleu , de Popp-P. Cour), esse é um disco do mais autêntico forró. Camarão ainda está vivo, e, apesar de doente (sofrendo de insuficiência renal), não larga o fole, e diz que o instrumento é como o sangue de suas veias, se tirar do peito, ele morre. Vida longa ao grande mestre da sanfona!


   Lado A

         01-Xeêm
             (Luiz Gonzaga-José Clementino)

        02-L’amour est bleu  (O amor é azul)
        (A.  Popp-P. Cour)

        03-Sá Marina
 (Antonio Adolfo-Tibério Gaspar)

        04-Xá Xá de cachoeirinha
   (Camarão)

        05-Camarão no Rio
    (Camarão)

        06-Noites Brasileiras
   (Luiz Gonzaga-Zé Dantas)
  
  Lado B

01-Quero lhe dizer cantando
   (Renato Corrêa-Reinaldo Rayol)

02-La La La
    (D.M de La Calva-A. R.Arcusa)

03-Você passa, eu acho graça
(Carlos Imperial-Ataulpho Alves)

04-Os camarões
    (Camarão)

05-Hello, goodbye
(J. Lennon- P. McCartney)

06-L’important c’est la rose ( O importante é a rosa)
(G. Becaud-L. Amade)




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Um comentário:

Weldemberg de Castro disse...

Excelente post, rapaziada...
Um comentário sobre a arte do álbum:

O camarão toca um Sousa fonemas (que, apesar de ter maior volume de som e ter muito melhor sonoridade, está entrando em desuso dano lugar às tubas numa injusta alteração de formação instrumental, em se tratando de bandas de música)