O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

sábado, 30 de outubro de 2010

Programa Acervo Origens - Hoje às 19 horas

é HOJE !!!

Programa Acervo Origens especial sobre a nossa viola caipira e conversando com Roberto Corrêa a respeito do Portal Voa Viola...

ouça aqui a chamada do Programa.

O Programa Acervo Origens vai ao ar aos sábados às 19 horas na Rádio Nacional Fm 96,1mhz.
Caso esteja fora de Brasília, clique aqui pra ouvir o programa on line...

Bom Proveito!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Zé Mulato e Cassiano - Peão de Goiás (Vídeo) - 29.10.2010

Olá amigos.


Como prometido, o último dia útil do mês terá sempre um vídeo exclusivo.
Desta vez, temos Zé Mulato e Cassiano cantando a moda Peão de Goiás (Antonio Bueno e Vieira).
Este registro foi feito pelo Projeto Um Brasil de Viola, no mês de março de 2010.
Assistam mais vídeos no www.umbrasildeviola.blogspot.com

Bom Proveito !

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Solange Maria e Coral Infantil - Brincando de Roda - (28.10.2010)

Esse disco foi lançado juntamente com um livro, de autoria de Íris Costa Novaes, que traz uma compilação das brincadeiras de roda mais comuns no Rio de Janeiro, apresentando quase 150 brinquedos (no próprio encarte do livro estão essas informações). A proposta, então, desse trabalho, era resgatar e difundir as brincadeiras de roda infantis, tão importantes de serem apreciadas e praticadas por nossas crianças, uma vez que, por meio delas, as crianças tomam contato com a música e aprendem as primeiras noções de ritmo e melodia, de uma forma espontânea, natural e divertida. Soma-se a isso a forte ligação que essas músicas têm com a identidade musical brasileira; as crianças, ao se identificarem com elas, identificam-se também com nossa música e nossas raízes. Daí então a imensa importância da manutenção dessas brincadeiras entre as crianças, ainda mais em um mundo dominado por brinquedos eletrônicos.  Mas engana-se quem pensa que o disco é para agradar somente as crianças. As músicas são muito bem selecionadas, com produção e arranjos de Antônio Madureira. Um luxo é ter Toninho Ferraguti no acordeon. Dá vontade de voltar a ser criança!


BRINCANDO DE RODA  SOLANGE MARIA E CORAL INFANTIL 

Lado A 

1-      O trem de ferro/meu bandolim (Coral infantil e Solange Maria)
2-     Lá naquele morro/Bela pastora (Coral infantil)
3-     Amanhã é Domingo / Na loja do mestre André (Coral infantil)
4-     Mando tiro (Solange Maria e Coral infantil)
5-     Formiguinha da roça / A pombinha voou (Coral infantil e Solange Maria)
6-     As ondas do mar (Solange Maria e Coral infantil)

Lado B

 1-   Eu era assim / Aí vem a chuva (Coral infantil e Solange Maria)
2-     Giroflê, Giroflá (Solange Maria e Coral infantil)
3-     Bela roseira / A linda rosa (Coral infantil)
4-     O padeirinho / Onde vai, morena? (Solange Maria e Coral infantil)
5-     Constança / Dominó (Solange Maria e Coral infantil)
6-     Olha o macaco na roda! / Alpercata de algodão / Banana podre (Coral infantil)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Chico Antônio - No Balanço do Ganzá - (27.10.2010)

Procurando coisas sobre a vida e obra de Chico Antônio, achei um texto no blog chicoantônio.blogspot.com, escrito por Inácio França, que transcrevo aqui, porque ele conta, de forma muito afetuosa e verdadeira, a vida desse homem incrível. O texto é meio longo, mas vale a pena ler.

Chico Antônio é citado ou aparece como protagonista em cinco livros de Mario de Andrade, cantou na Rede Globo, teve sua vida registrada num documentário financiado pela Funarte, foi lembrado por Antônio Nóbrega no disco Na Pancada do Ganzá e pelo grupo Mestre Ambrósio. (...) Mas, afinal, quem foi esse Chico Antônio, merecedor de tamanhas homenagens? Embolador de coco, ou “coquista”, Francisco Antônio Moreira reservou sua vaga no imaginário dos intelectuais brasileiros no final da década de 1920, quando foi “descoberto” por Mario de Andrade durante a viagem etnográfica que o escritor paulista fez ao Nordeste, entre os anos de 1927 e 1929. O autor de Macunaíma ficou tão encantado com os versos improvisados de Chico que decidiu imortalizá-lo na sua obra. O cantador potiguar mereceu destaque nos livros Os Cocos, Danças Dramáticas do Brasil, Vida de Cantador, Turista Aprendiz e Melodias do Boi e Outras Peças. A autoridade intelectual de Andrade transformou Chico Antônio num dos símbolos do Modernismo, cultuado pela intelectualidade dos anos 30 e 40 como um exemplo do talento do artista popular. Cultuado, porém desconhecido. Convidado pelo escritor para acompanhá-lo na viagem de volta a São Paulo, Chico recusou, pois tinha mulher e filhos. Preferiu cuidar da família a cantar nos salões paulistanos. Assim, as citações nos livros conferiram ao embolador uma aura de personagem lendário. Os leitores e estudiosos da obra de Mario, que nunca escutaram a voz e o ritmo do cantador de coco, contentavam-se com os poucos versos coletados e reproduzidos pelo escritor. Mas, enquanto os livros de Andrade acumulavam poeira nas estantes ou eram analisados e reinterpretados por estudantes de literatura nas universidades, o homem Chico Antônio continuava cantando, “tirando cocos” nos engenhos e comunidades rurais de Pedro Velho, Canguaretama, Goianinha, Nísia Floresta e São José do Mipibu, cidades ao sul de Natal. Nem imaginava que tinha se transformado em personagem cultuado. Não fosse o acaso, ficaria no imaginário e não na história. Em 1979, sem estrutura para trabalhar como diretor de Promoções Culturais da Fundação José Augusto, do governo potiguar, o folclorista Deífilo Gurgel decidiu usar o carro e o motorista da repartição para fazer um inventário das danças populares do seu Estado. No último dia de sua viagem pelas cidades e vilas do litoral, chegou a Pedro Velho. Fotografava a igreja matriz, quando o tabelião do cartório local se aproximou, disposto a ciceroneá-lo. “Era final de tarde, já dava a pesquisa por concluída, quando o tabelião me levou para fotografar umas ruínas. Depois, fomos até sua casa comer canjica e tomar café, foi quando lhe expliquei que estava catalogando grupos de dança e artistas populares. Ele estava pensando que eu era fotógrafo”. Conversador, disposto a ajudar o funcionário público da capital, o tabelião garantiu que a cidade tinha um embolador de coco dos bons. Era noite e Deífilo não estava muito disposto a retomar a rotina de entrevistas e gravações. Foi só escutar o nome “Chico Antônio” que seu ânimo melhorou. Os dois foram até a casa do cantador, na mesma noite, 10 quilômetros por uma estrada de barro. Sob a luz do candeeiro, Deífilo perguntou ao velho Chico Antônio, então com 75 anos: “O senhor lembra de um pessoal de São Paulo que veio ver o senhor cantar lá no Bom Jardim?”. Lúcido e com a memória intacta, o embolador nem esperou o final da pergunta: “Lembro do doutor Mario. Mario de Andrade”. O personagem saía das páginas amareladas. Era um homem de carne, osso e poesia. Deífilo voltou para Natal, escreveu artigos publicados nos jornais locais. Os correspondentes dos jornais do eixo Rio-São Paulo publicaram matérias no Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e O Globo. Aloísio Magalhães, então secretário de Cultura do Ministério da Educação, foi ao Rio Grande do Norte e fez questão de conhecê-lo. A Funarte mandou uma equipe registrar seu canto e gravou o LP “No Balanço do Ganzá”. Em 1983, o cineasta Eduardo Escorel captou as imagens e as entrevistas para o documentário Chico Antônio, um Herói com Caráter, também financiado pela Funarte. A equipe do Som Brasil, programa apresentado por Rolandro Boldrin que marcou época nas manhãs de domingo da Rede Globo, enviou duas passagens de avião para que ele fosse cantar. Antes da gravação, deu entrevista coletiva para os jornais. Quebrando as normas da emissora, só cantou depois de tomar algumas doses de aguardente, que o próprio Boldrin mandou comprar para “inspirar” o velho cantador. Entre os defensores da cultura popular, no início dos anos 80, menos numerosos do que hoje, Chico Antônio voltou a ser mania. Fenômeno de mídia, logo seu nome desapareceu das manchetes. Depois de tudo isso, a idade pesou. Sem forças para cantar, passou a sobreviver de uma pensão especial concedida pelo governo. Morreu esquecido, em outubro de 1993, exatamente durante as comemorações do centenário de Mario de Andrade. Em Toulouse, na França, o músico e pesquisador Claude Sicre, líder de um movimento que busca no forró e no repente traços e similaridades com a música dos trovadores medievais franceses, convenceu as autoridades locais a erguerem uma estátua na Place dês Troubadours em sua homenagem. No pedestal, uma placa informa aos desavisados que aquela imagem representa Chico Antônio, o maior cantador do século 20. Levado por seu amigo Sicre, Lenine viu a estátua e ficou perplexo. Lenine assegura que Sicre escutou o CD da Funarte (aquele que foi gravado originalmente no formato LP) e se apaixonou pela arte do potiguar. O mesmo aconteceu com Siba, do Mestre Ambrósio, e Antônio Nóbrega. Mas eles são exceções à regra. Afora esses registros, a Fundação Hélio Galvão, de Natal, lançou, em 2009, o CD Carretilha de Cocos, com coquistas da atualidade cantando algumas de suas músicas. A esperança de que esse catálogo aumente está nas fitas cassetes gravadas por Deífilo Gurgel ao longo de quase 14 anos de convivência com Chico. (...). Uma história contada por Deífilo Gurgel revela que, gozador e brincalhão, Chico Antônio tinha noção do valor de sua arte, mesmo antes de ser apresentado e passar pelo crivo de Mario de Andrade: depois que foi convidado pelo crítico Antônio Bento para morar no Bom Jardim, um capataz do engenho foi até a casa de taipa onde ele tinha sido instalado e lhe entregou uma foice e um quartinho d’água, ordenando em seguida que fosse cortar cana. Chico não se moveu da rede onde estava deitado e dispensou o capataz: “Cumpade Antônio Bento me trouxe aqui foi pra cantar, não foi pra trabalhar, não”.

Há muitos outros textos na Internet, artigos sobre Chico Antônio e Mário de Andrade. Um deles pode ser acessado aqui.  Sobre o disco, ele é o único registro da voz de Chico Antônio existente (fora as tais fitas cassete gravadas por Deífilo Gurgel). Por isso, é um patrimônio de importância fundamental para nossa música e nossa identidade.


CHICO ANTÔNIO NO BALANÇO DO GANZA

Lado A

1-  Boi Tungão (refrão) – Chico Antônio e Paulírio
Ê tingue-lê - – Chico Antônio
2- Serrador, bota o pau na serra - – Chico Antônio e Paulírio
3-  Onde vais Helena - Chico Antônio e Paulírio
4- Usina (Tango-no-mango) - Chico Antônio (refrão: Paulírio)
5- Ê Luquinha da lagoa - Chico Antônio e Paulírio

Lado B

1- Vou no mar - Chico Antônio e Paulírio
2- Curió da beira-mar - Chico Antônio e Paulírio
3- Pinto pelado - Chico Antônio e Paulírio
4-  Boi Tungão - Chico Antônio e Paulírio




terça-feira, 26 de outubro de 2010

Forró de Vitrola, sexta 29.10 às 19h30 no Balaio Café

O músico e pesquisador Cacai Nunes é o responsável pelo novo projeto de forró pé de serra da cidade que estreia dia 29 de outubro no Balaio Café.

No Forró de Vitrola, Cacai Nunes será o DJ da noite e quem for ao Balaio Café irá ouvir parte de seu acervo de vinis, que é diariamente atualizado no www.acervoorigens.com


No seu acervo pessoal, Cacai conta com quase 2 mil Lp’s devidamente organizados e catalogados em ordem alfabética. Aficcionado por forró, Cacai mantém uma prateleira específica pra este gênero, que conta com mais de 500 discos bem guardados. Só de Luiz Gonzaga são quase 50, e ainda tem Trio Nordestino, Ary Lobo, Marinês e sua gente, Dominguinhos e tantos outros mestres da cultura nordestina.

Tudo isso estará disponível pra quem for dançar no Balaio Café, sexta-feira dia 29.10 a partir das 19h30. O Balaio Café fica na 201 Norte.

Serviço

Forró de Vitrola
Sexta, 29.10 a partir das 19h30
No Balaio Café, 201 Norte
Couvert: R$ 5,00
Informações: 3202.0081 – 7813.6248

Manezinho Araújo - O cabeça Chata - (26.10.2010)

Manuel Pereira de Araújo nasceu em 1910, na cidade do Cabo, em Pernambuco. Na adolescência, ingressou na vida boêmia, freqüentando os botecos da Casa Amarela, bairro da cidade. Na boemia, conheceu um mestre embolador de côco, Minona Carneiro, que o ensinou a cantar, improvisar e compor. Na ocasião da Revolução de 30, Manezinho embarcou, como voluntário, em um navio do exército que rumava para o Rio de Janeiro. Mas a revolução acabou antes que o navio chegasse ao destino. O navio, mesmo assim, chegou ao Rio. Na volta, embarcaram no navio alguns artistas famosos, como Carmem Miranda, Almirante e Josué de Barros. Manezinho acabou se apresentando no navio. Agradou, e conseguiu a promessa, de Josué de Barros, de levantá-lo como artista.  Manezinho voltou ao Recife, e, três anos depois, foi-se embora novamente para o Rio. Lá, com ajuda de Josué de Barros, conseguiu contatos na Rádio Mayrink Veiga, e, posteriormente, um contrato no Programa do Casé, apresentado por um dos radialistas mais importantes do rádio brasileiro, Ademar Casé (que era avô de Regina Casé). De 1933 até meados da década de 1950, gravou diversos discos de frevos, cocos, sambas e, claro, emboladas. Seus maiores sucessos foram "Segura o Gato", "Sá Turbina", "Como Tem Zé na Paraíba (com Catulo de Paula), sucesso na voz de Jackson do Pandeiro, "Cuma É o Nome Dele?", "O Carrité do Coroné", "Tadinho do Manezinho" "Quando Eu Vejo a Margarida" e "Pra Onde Vai, Valente?”.  Manezinho foi, ainda, um dos primeiros garotos-propaganda da televisão brasileira. Em 1954, desiludido com o meio artístico e suas mesquinharias, abandonou a carreira de cantor e compositor. Como despedida, realizou uma apresentação que reuniu mais de 10 mil pessoas. Com o dinheiro que ganhou, abriu um restaurante, chamado “O cabeça chata”, e, Copacabana, no Rio de Janeiro.  Lá, servia comida típica nordestina e realizava apresentações modestas. Na década de 1960, começou a dedicar-se à pintura.  Em 1962, fechou o restaurante no Rio, e montou outro, com mesmo nome, em São Paulo. No mesmo ano, desistiu do restaurante para dedicar-se à pintura. Esse disco, gravado em 1974, é uma tentativa de retorno à carreira artística, como o próprio Manezinho declara, no texto que está na contracapa.  Mas o talento de pintor, desenvolvido de forma autodidata, prevaleceu, e ele se tornou um artista conceituado no chamado “estilo primitivo”. Ele realizou mais de trinta exposições e os seus quadros sempre foram bem vendidos. Algumas de suas pinturas se encontram em museus regionais, como o de São Luís (MA), o de Araxá (MG), de Feira de Santana (BA). Duas telas do autor, inclusive, estão expostas no museu da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Portugal. Manezinho Araújo faleceu em São Paulo, no dia 23 de maio de 1993. Abaixo, um de seus quadros.


Ouro Preto, de Manezinho Araújo


MANÉZINHO ARAUJO – O cabeça chata

Lado A

01 – Dia 40 - Samba Partido Alto
02- Seo Mané é um homen – Samba Partido Alto
03-  Pipira - Sambinha
04 - Quando eu vejo a margarida - Embolada
05 - Olha o buraco  cavalheiro - Embolada
06 - Tadinho do Manézinho - Embolada

Tempo total: 14’40”

Lado B

01 - Como é o nome dele - Embolada
02 – Festa no Arraial - Embolada
03 - Sulandá - Côco
04 - Juntou a fome - Sambinha
05 - Futebol na Roça - Embolada
06 – Pra onde vai valente – Embolada

Tempo total: 15’15”

CLIQUE AQUI PARA BAIXAR




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Programa Acervo Origens - 23out2010

E vamos nós com mais um Programa Acervo Origens que foi ao ar no sábado passado.

Como já fora divulgado, vamos de Tonico e Tinoco, Maria Bethânia, Carmélia Alves, Pixinguinha, a Sussa dos Kalunga de Cavalcante-GO, Garoto e as violas de Rogério Gulin e Cássio Nobre.

O Programa Acervo Origens vai ao ar aos sábados às 19 horas na Rádio Nacional Fm Brasília 96,1 mhz. 

Bom Proveito !


sábado, 23 de outubro de 2010

Programa Acervo Origens - hoje às 19h

Mais um sábado, e vem mais um Programa Acervo Origens na Rádio Nacional.

Vamos ouvir, Tonico e Tinoco, Maria Bethânia, Carmélia Alves, Pixinguinha, a Sussa dos Kalunga de Cavalcante-GO e as violas de Rogério Gulin e Cássio Nobre.

O Programa Acervo Origens vai ao ar aos sábados às 19 horas na Rádio Nacional Fm Brasília 96,1 mhz. 

Abraços

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Época de Ouro - (22.10.2010)

A postagem de hoje é o registro desse encontro mágico, ocorrido no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1968. Foi um show beneficente que pretendia arrecadar fundos para o Museu da Imagem e do Som. O show durou mais de 2 horas (iniciou às 21:30 horas, se estendendo até às 23:50 horas). O registro foi lançado inicialmente em 1968 como apenas 2 LPs, pelo selo do Governo do Estado do Rio de Janeiro: “Museu da Imagem e do Som” (MIS). Posteriormente, em 1977, foi lançado, também pelo “Museu da Imagem e do Som” (MIS) o Volume 3, denominado “Fragmentos Inéditos”, com algumas sobras de gravação. É justamente esse que posto para vocês.
Esse foi um dos encontros mais extraordinários da música brasileira. De um lado, Jacob do Bandolim, acompanhado do Conjunto Época de Ouro, carregavam o peso da tradição do choro. E, diga-se de passagem, o Época de Ouro, junto com Jacob, representam a fina flor do nosso querido gênero instrumental. A formação do Grupo Época de Ouro era Jacob do Bandolim (Bandolim), Horondino José da Silva (Dino – Violão 7 Cordas), Carlos Leite (Carlinhos - Violão nylon), Jonas da Silva (cavaquinho) e Gilberto d'Ávila (pandeiro).  De outro lado, o Zimbo Trio, mesclando bossa e jazz, criando novidades sonoras com sotaque brasileiro. O Zimbo Trio era Amilton Godoy (Piano acústico), Luiz Chaves (Baixo acústico) e Rubinho Barsotti (Bateria). E, no meio disso tudo, a diva Elizeth Cardoso, cantando como se estivesse na sala de estar de sua casa, recebendo amigos queridos. O encontro instrumental do Zimbo Trio com Jacob do Bandolim em Chega de Saudade (faixa 5) é emocionante. São mais de 8 minutos de interpretações e improvisos geniais. Oito minutos da mesma música, tocada de forma que não se cansa de ouvir. Já o encontro de Elizeth com Jacob, acompanhados pelo Época de Ouro, em Carinhoso, de Pixinguinha, talvez seja ainda mais emocionante. Elizeth cantava, o bandolim respondia, o sete cordas (tocado por ninguém menos do que o Dino 7 Cordas) intervinha, cada um falando mais bonito que o outro. Em Ginga Muxique, Elizeth e Zimbo Trio se encontram com nossas raízes, e fazem uma interpretação memorável do afro-samba do Hermínio Bello de Carvalho e Maurício Tapajós. As faixas 4 e 5 do Lado B trazem algo pouco freqüente: músicas que Jacob fez com letra. Pois então, cada faixa do disco tem algo especial, que vale ser ouvido com toda a atenção. Daí concluímos: a música, assim como a vida, é a arte do encontro.


ELIZETH CARDOSO, JACOB DO BANDOLIM, ZIMBO TRIO E ÉPOCA DE OURO 

Lado A

1-Canção de amor – Elizeth Cardoso & Zimbo Trio (Chocolate/Elano de Paula)
2-Nossos Momentos (Haroldo Barbosa/Luis Reis)
3-   Canção de amor demais – Elizeth Cardoso (a capela) (Tom Jobim & Vinicius de Moraes)
4- Ginga Muxique - Elizeth Cardoso & Zimbo Trio (Mauricio Tapajós/Hermínio Bello de Carvalho da ópera popular “João-Amor e Maria”).
5- Chega de Saudade – Jacob do Bandolim & Zimbo Trio (Tom Jobim & Vinicius de Moraes)

Lado B

1-Carinhoso – Elizeth Cardoso & Jacob do Bandolim & Época de Ouro
(Pixinguinha/João de Barro)
2-Lamento (Pixinguinha/Vinicius de Moraes) Fala de Elizeth & Jacob
3-Inocência (Luis Bittencourt/Jacob do Bandolim)
4-Foi numa festa (Jacob do Bandolim) Fala de Elizeth & Jacob/ intervenção de Dino
5-Jamais (Jacob do Bandolim/ Luis Bittencourt) Fala de Jacob –
6-Seleção do Musical “Rosa de Ouro
Vou Partir
(Nelson Cavaquinho/Jair Costa)
Água do rio (Só resta saudade)
(Noel Rosa de Oliveira/Anescar Pereira Filho)
Malvadeza durão
  (Zé Kéti)
Rosa de Ouro
(Hermínio Bello de Carvalho/ Elton Medeiros/ Paulinho da Viola)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tião Carreiro e Pardinho - Modas de viola classe A - (21.10.2010)

Tião Carreiro e Pardinho formaram uma das duplas mais importantes da música caipira. José Dias Nunes, o Tião Carreiro, nasceu no dia 13 de Dezembro de 1934 em Monte Azul , região de Montes Claros, e foi criado numa fazenda nos arredores de Araçatuba, interior do estado de São Paulo. Começou a tocar violão ainda pequeno, com 8 anos de idade, quando também já cuidava do arado e dos afazeres na roça. Antes de conhecer Pardinho, Tião cantava e tocava em várias duplas, e com diversos nomes diferentes. Antonio Henrique de Lima, o Pardinho, nasceu em São Carlos em 14 de agosto de 1932. Começou cantando com o nome de Miranda e formou uma dupla com Zé Carreiro (da dupla Zé Carreiro e Carreirinho) em 1956, para concorrer a um concurso para violeiros lançado pela rádio Tupi. Eles ganharam o concurso e, a partir daí, Antonio Henrique adotou o pseudônimo de Pardinho.  Tião Carreiro e Pardinho se conheceram em 1954, no interior de São Paulo. Em 1956, foram para São Paulo, e conheceram Teddy Vieira que batizou José Dias Nunes de Tião Carreiro. Em novembro de 1956, gravaram o primeiro disco juntos. A dupla gravou mais de 40 discos juntos, e hoje é referência na música caipira. Esse disco, gravado em 1974, contém uma seleção de modas de viola, de diversos compositores. Desfrutem!




TIÃO CARREIRO E PARDINHO MODAS DE VIOLA CLASSE A

Lado A

1-      A volta que o mundo dá (Lourival dos Santos – Zé Batuta)
2-     Fandango mineiro (Carreirinho – Pedro Lopes de Oliveira)
3-     Bandeirante Fernão (Ado Benati – Campos Negreiros)
4-     Sabrina (Carreirinho – Zé Carreiro)
5-     Caboclo de sorte (Tião Carreiro – José de Morais)
6-     Derrota do boi Palácio (Zé Carreiro – José de Morais)

Lado B

1-      Gato de três cores (Carreirinho)
2-     Boiada Cuiabana (Raul Torres)
3-     Velho Peão (Teddy Vieira – Sulino)
4-     Oswaldo Cintra (Tião Carreiro – Lourival dos Santos)
5-     Ferreirinha (Carreirinho)
6-     Morena do Sul de Minas (Dino Franco – Tião Carreiro)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cururu e outros cantos das festas religiosas - MT (20.20.2010)

 O Cururu e o Siriri são manifestações culturais ligadas às festividades dos dias santos, que acontecem no Mato Grosso. As rodas de Cururu e Siriri mais importantes ocorrem no ciclo joanino – São Pedro, Santo Antônio e São João -, mas, em outras ocasiões, tais como casamentos, aniversários, outros dias santos, é possível ver o Caruru e o Siriri. A Roda de Caruru é composta por um grupo de homens que dançam em círculos e tocam violas-de-cocho e ganzás, cantando louvações ao santo homenageado, cuja imagem está em um altar. Devotos de um determinado santo organizam-se em irmandades, que promovem anualmente a festa, e convidam um grupo de cururueiros para cantar e dançar.
O Siriri é dançado ao som da viola-de-cocho, do ganzá e do mocho (uma espécie de banco, cujo assento de couro é percutido com baquetas de madeira). O Siriri é dançado principalmente por mulheres, e acontece, em geral, nas mesmas festividades do Cururu. Além de diferenças na dança, na instrumentação e na composição das rodas, o Siriri difere do Cururu nitidamente desde o ponto de vista do ritmo. O Cururu é tocado em compasso binário simples (2/4), e o Siriri em compasso binário composto (6/8). A viola-de-cocho está presente em ambos. O nome desse instrumento tem relação com o cocho, espécie de gamela utilizada para alimentar animais; a técnica usada para escavar o cocho dos animais é a mesma para a viola. A viola-de-cocho pertence à família dos alaúdes curtos, podendo ser considerada um tipo de alaúde brasileiro. Ela é confeccionada seguindo um ciclo lunar específico, para não ser atacada por cupins, e as madeiras mais usadas são sara de leite, ximbuva, cedro, jacote, urucurana, cajueiro, mandiocão e mangueira. Ela pode ter dois ou três trastes, sendo que, no primeiro caso, os intervalos entre eles são de tom e semitom; no segundo caso, os intervalos entre os trastes são de semitons. A viola-de-cocho é produzida unicamente por processos artesanais, em geral por pessoas ligadas ao Cururu e Siriri, e da região de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Por serem manifestações culturais extremamente localizadas, as tradições do Cururu e do Siriri necessitam de apoio para sua manutenção. Nesse sentido, com muita justiça, o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tombou o complexo cultural do Cururu e Siriri como patrimônio imaterial. Esse disco, produzido pelo Instituto Nacional do Folclore, em 1988, tem gravações de Cururu e Siriri, recolhidas em campo por Elizabeth Travassos, renomada pesquisadora das tradições musicais brasileiras, juntamente com Roberto Correa, violeiro e pesquisador da viola caipira. Nele há cantigas entoadas nas rodas de Cururu e Siriri, cantadas e tocadas pelos cururueiros. Destaco a faixa 10, um rasqueado instrumental, e tem uma bela melodia tocada pela viola de coxo.



 CURURU e outros cantos das festas religiosas – MT

Lado A

01 – Canto da entrada da bandeira de folião
02 – Toadas de cururu
03 – Toada de cururu e baixão
04 – Toada de cururu

Lado B

01- Ladainha (trecho)
02 – Toada de cururu
03 – Toada de cururu e baixão
04 – Toadas de cururu
05 – Siriri: Toque da viola de cocho e “Eu vou na casa dela”
06 – Siriri: “Nhadaia” e “Garça Branca”
07 - Rasqueado

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Choro Livre - 1989 (19.10.2010)

Se o Choro nasceu no Rio de Janeiro, ele veio morar em Brasília. O gênero instrumental brasileiro aportou na capital ainda na época da construção da cidade. Com a vinda de funcionários públicos do Rio de Janeiro para a nova capital, vieram também músicos ligados ao Choro. São eles os pioneiros do Choro no planalto central. Alguns deles eram militares e funcionários públicos, e outros vieram pelos mais diversos motivos.  A tirar pelos primeiros chorões do planalto central, o Choro aporta aqui muito bem representado. Embora não tenha havido nenhum esforço oficial (apesar de JK ser apreciador de serestas, e fizesse questão da presença de bons músicos nas festas que promovia) para implantar uma tradição musical, a vinda de funcionários públicos trouxe importantes pedaços do Choro carioca para Brasília. Como ímãs que se atraem, esses músicos, com distintas origens, formações e histórias de vida, começaram a realizar encontros musicais. O Choro em Brasília surge, então, como uma colcha de retalhos; não com um Regional consolidado, como os que já existiam no Rio de Janeiro, mas a partir da reunião dos músicos disponíveis. Só que eram retalhos dos mais finos tecidos, que deram origem a uma colcha bela e resistente. Nos primeiros anos da década de 1970, os chorões se encontravam para tocar em locais como o Brasília Palace, Hotel Aracoara, a própria Rádio Nacional. Os encontros dos nossos pioneiros aconteciam, também, na casa do jornalista Raimundo Brito, na 105 Sul. Eram freqüentados por Waldir Azevedo, Avena de Castro, Pernambuco do Pandeiro, Ely do Cavaco, Celso Cruz, Odette Ernest Dias, Bide da Flauta e Cicinato. Em 1974, com a morte de Raimundo Brito, as reuniões passaram a ser realizadas no apartamento de Odette, na 311 Sul. Nesse mesmo ano, chegaram a Brasília rumores de que um Clube do Choro seria fundado no Rio de Janeiro; o valente grupo iniciou, então, a movimentar-se no sentido de fazer o mesmo no cerrado. Em 1975, de fato, foi inaugurado o Clube do Choro do Rio de Janeiro. Nesse ano, as reuniões de chorões permaneciam na casa de Odette. A partir de então, mesmo sem sede, sem estatuto e sem existência oficial, o grupo de chorões de Brasília já recebia o nome de Clube do Choro. Mas o grupo cresceu, e jovens músicos aderiram ao choro e passaram a fazer parte do Clube. Então, o apartamento de Odette ficou pequeno. Eis que, depois de muita luta, em 1977, Elmo Serejo destinou ao Clube o local de sua sede até os dias de hoje: entre a Torre de TV e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O espaço físico foi inaugurado juntamente com a edição de seu Estatuto, em 1977. A edificação havia sido construída para servir de vestiário do Centro de Convenções, mas nunca teve essa utilização. As instalações eram precárias, mas, a partir de esforços e doações de seus membros, os encontros dos chorões passaram a ser realizados ali. Pernambuco do Pandeiro chegou a vender uma coleção de passarinhos para comprar geladeira e fogão para o Clube. A fundação do Clube do Choro foi crucial para o crescimento do gênero em Brasília. Apesar de sua história ser cheia de percalços, de altos e baixos (muito baixos, como, por exemplo, o fechamento do Clube por 10 anos nas décadas de 80 e 90), essa instituição conseguiu manter o Choro vivo e a comunidade de chorões agregada.
O grupo Choro Livre é umbilicalmente ligado ao Clube do Choro. Fundado por Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro desde 1993, o Choro Livre já teve diversas formações, sempre incluindo os melhores instrumentistas da cidade. Nesse disco, o Choro Livre é Reco no Bandolim; Alencar no 7 Cordas (Alencar é um grande mestre do violão de 7 cordas, tendo sido responsável pela formação de muitos chorões em Brasília); Fernando César no violão de 6 cordas (nesse disco, ele ainda tocava seis cordas; isso foi antes dele formar, com o irmão Hamilton de Holanda, o grupo Dois de Ouro); José Américo, também no violão de 6 cordas (ele é pai de Fernando César e Hamilton de Holanda); Pinheirinho no pandeiro e um sujeito que virou lenda, o cavaquinista Assis, cujo apelido era The Six porque tinha seis dedos nas mãos. Destaque para a primeira música do Lado B, Suíte Retratos, de Radamés Gnatalli, lindamente interpretada por Reco do Bandolim. Atualmente com outra formação, o Grupo Choro Livre é responsável por acompanhar músicos do Brasil inteiro que vêm se apresentar no Clube do Choro. Então, para vocês, o registro da nata do Choro brasiliense.

Choro Livre - 1989

Lado A

1 – Novato (Esmeraldino Salles / Osvaldo Colagrande)
2 - Sorriso de Cristal (Luiz Americano)
3-  O’Ki Kirias (Avena de Castro)
4- Enigmático (Altamiro Carrilho)
5-  Estamos aí (Maurício Einhorn / Durval Ferreira / Regina Werneck)

Lado B

1-     Retratos 1º Movimento (Radamés Gnattali)
2-     Dedilhado (Orlando Silveira / Esmeraldino Salles)
3-     Sonho de um bandolim (Juventino Maciel)
4-     Ela e eu (Osvaldo Colagrande)
5-     Lembrando Jacob (Armandinho Macedo/ Luiz Brasil)






segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Programa Acervo Origens - 16out2010

Aí vai mais um belo Programa Acervo Origens que foi ao ar no sábado passado, dia 16.10.2010 na Rádio Nacional Fm 96,1.

Ouçam Simone e Roberto Ribeiro, Liu e Léu, Avena de Castro com Jacob do Bandolim, Ataulfo Alves cantando duas músicas relacionadas ao universo da Umbanda (é macumba pura!!), Jongo da Serrinha, o nosso queridíssimo Trio Nordestino com a voz inconfundível de Lindú e muito mais.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Geraldo Correia - Desafiando os 8 baixos - (15.10.2010)

Geraldo Correia é um sanfoneiro fenomenal, estupendo, extraordinário. Como o nome do disco diz, ele toca (ele ainda é vivo, e mora em Campina Grande, na Paraíba) sanfona de 8 baixos. Para quem não sabe, a sanfona de oito baixos é um tipo de sanfona que tem 8 botões na mão esquerda e duas ou três fileiras de botões na mão direita. Os sanfoneiros contemporâneos, em geral, tocam a sanfona de 80 ou 120 baixos, que é aquela que costumamos ver, que, em vez de botões na mão direita, tem um teclado semelhante ao do piano; na mão esquerda, ela tem 80 ou 120 botões. Apesar disso, há ainda muitos sanfoneiros de 8 baixos em atividade, e atualmente observa-se franco crescimento do interesse de jovens instrumentistas pelo fole de 8 baixos. Esse instrumento é parte importantíssima da memória musical nordestina, pois, além de ser a iniciação grandes sanfoneiros (como Luiz Gonzaga), foi nela que muitos dos elementos da sanfona brasileira foram criados e aperfeiçoados. Sobre Geraldo Correia, há pouca informação biográfica disponível. Ao ouvir esse disco, contudo, fica evidente que ele figura entre os grandes. No disco, majoritariamente instrumental, Geraldo mostra que não é somente um virtuose dos 8 baixos, mas também grande compositor. A primeira música, Saudades de Minha Terra, de autoria de Geraldo, é um choro de linda melodia, que, mesmo sem palavras, fala de saudade. Tão geniais como ela são outras composições de Geraldo Correia, como Desafiando os 8 baixos, Assanhadinho, Frevo Pernambucano, Roça Nova e todas as outras. Tem destaque também Ricaom (3ª faixa do Lado A), de Moacir Santos, outro choro maravilhoso, e possivelmente de difícil execução na sanfona de 8 baixos. Mais uma preciosidade do disco é Forró no Ceará, música instrumental composta sob a parceria de Geraldo Correia e Jackson do Pandeiro. Ou seja, esta aí um disco para ser ouvido centenas de vezes, sem pular nenhuma faixa.


Lado A

1-        Saudade de minha terra – Choro - (Geraldo Correia)
2-     Assanhadinho – Forró - (Geraldo Correia)
3-     Ricaom – Choro - (Moacir Santos)
4-     Chora mulher – Samba  - (Geraldo Correia – Antonio Casimiro)
5-     Forró no Ceará – Forró - (Geraldo Correia – Jackson do Pandeiro)
6-     Disafiando os 8 baixos  - (Geraldo Correia)

Lado B

1-        Três da tarde – Frevo - (Lídio Francisco)
2-     Saudade da Bahia – Choro instrumental - (João Gordo)
3-     Roça nova – Quadrilha - (Geraldo Correia)
4-     Forró em Aracati – Forró - (Rosil Cavalcanti)
5-     Opinião – Samba - (Eli Julião)
6-     Frevo pernambucano – Frevo - (Geraldo Correia)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ivon Cury - 1971 - Ivon de todos os tempos - (14.10.2010)

Ivon Cury foi um artista de muitos talentos, bem sucedido como cantor, compositor e ator. Ele nasceu em Caxambu, Minas Gerais, em 1928, e, ainda muito jovem, ganhou um concurso de calouros. Adolescente, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Sua carreira artística foi iniciada em 1947, quando foi contratado como crooner da orquestra do maestro Zaccarias, do Hotel Copacabana Palace. Em 1948, estreou no programa "Ritmos da Panair", da Rádio Nacional. Por coincidência, este programa tinha o patrocínio da empresa aérea onde ele trabalhou antes de iniciar sua carreira como cantor. No mesmo ano, foi convidado por Braguinha (João de Barro), diretor artístico da gravadora Continental, para gravar o sucesso internacional da época, "Nature boy". Foi, então, lançado o 78 rpm, que incluiu também sua interpretação para "Adeus”, samba de Dorival Caymmi. Daí por diante, Ivon teve uma carreira plena. Fez inúmeros trabalhos como cantor, ator e compositor. A última atuação de sua vida foi interpretando o gaúcho Gaudêncio, na Escolinha do Professor Raimundo.
Esse disco que posto para vocês, lançado em 1971, é uma coletânea de toda a carreira de Ivon até então. Nele, há composições de Ivon, e suas interpretações para músicas de grandes compositores, como Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Sobre esse disco, o adjetivo que melhor o descreve é pitoresco. As composições de Ivon Curi evidenciam um bom-humor extremamente inteligente. Como, por exemplo, na primeira faixa do Lado A, chamada O Chato (Eu tenho um amigo / Ele é muito bonzinho, direitinho / É amigo meu de fato / Mas, meu Deus, como é chato! / Vou para onde for / Ele mesmo se convida e põe-se ao lado / Educado e bom de trato / Mas, meu Deus, como é chato!). Pois é, quem não tem um amigo assim? Ivon também selecionou músicas, de outros compositores, repletas de ironias. Sua interpretação para todas essas canções também mostram que, quando cantava, não deixava de ser ator. Por isso, é muito bom ouvir Ivon Curi. Fora isso, ele tinha voz de cantor de rádio, e suas interpretações para músicas de Luiz Gonzaga e Zé Dantas (Xote das Meninas e Xote Miudinho) são belas. Apreciem!


IVON DE TODOS OS TEMPOS

Lado A

1-      O chato (Ivon Curi – Paulo N. Gesta)
2-     João Bobo (Ivon Curi)
3-     Vai lá (Anselmo Mazzoni)
4-     Baião das velhas cantigas (Jair Amorim)
5-     Serenata desafinada (Al quem plantou as estrelas, da peça “Maria da Ponte”)
(Guilherme Figueiredo – Aloísio Alencar Pinto)
6-     Farinhada (Zé Dantas)

Lado B


1-      Procurando tu (J. Luna – Antonio Barros)
2-     Comida de pensão (Francisco Balbi – Miguel Miranda)
3-     Taí no que dá (Luis Vieira)
4-     O xote das meninas (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
5-     Se fizer bom tempo (Ivon Cury)
6-     Xote miudinho (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)