O Acervo Origens é uma iniciativa do violeiro, pesquisador e produtor musical Cacai Nunes e visa pesquisar, catalogar, divulgar e compartilhar conteúdos musicais na internet e em atividades culturais das mais diversas como shows, saraus, bailes de forró e programas de rádio. Ao identificar, articular e divulgar a música brasileira, sua história e elementos – entendidos como o conjunto entrelaçado de saberes, experiências e expressões de pessoas, grupos e comunidades, sobre os mais diversos temas – o ACERVO ORIGENS visa contribuir para a geração e distribuição de um valioso conhecimento, muitas vezes ignorado e disperso pelo território nacional.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Bach na Viola Brasileira


1971 - Bach na Viola Brasileira

Atendendo ao pedido do amigo MR (não tenho seu nome, pois foi assim que ele se identificou), aí está o Lp "Bach na Viola Brasileira" com Transcrições para Viola de Theodoro Nogueira e sendo Geraldo Ribeiro o solista na Viola Brasileira. Aliás, eu adoro o termo Viola Brasileira. É muito mais amplo e condiz com a pluralidade deste instrumento.

Abaixo descrevo algumas anotações que busquei sobre Theodoro Nogueira na Internet:

Embora nascido em Santa Rita do Passa Quatro, em 1913, onde iniciou-se na prática musical, Ascendino Theodoro Nogueira viveu e desenvolveu-se musicalmente em Araraquara, onde, em 1939, apresentou em público as suas primeiras composições. Deu prosseguimento ao estudo de violino com o mesmo professor de Altéia Alimonda, Torquato Amore. Estudou composição com Camargo Guarnieri. Correspondendo à sua origem e formação, Theodoro Nogueira tornava-se conhecido como um pioneiro na valorização da viola como instrumento a ser integrado na prática erudita. Se o instrumento já havia sido há muito objeto da atenção de pesquisadores no âmbito dos estudos de folclore, a sua nobilitação, ou melhor, a sua de-marginalização na criação artística ligou-se ao nome de Theodo
ro Nogueira. Havia, entre outras obras, composto um Concertino, para canto e piano, em 1958, além de Improvisos para violão (1958/9). 

O compositor entrara também para a história recente da música sacra no Brasil, uma vez que, em decorrência dos impulsos que partiram do Concílio Vaticano II, compusera uma missa com texto em português, para coro a 4 vozes, duas flautas, dois violoncelos e uma viola caipira, obra que significativamente seria executada posteriormente na abertura do Simpósio Internacional Música Sacra e Cultura Brasileira (1981).

O papel pioneiro de Theodoro Nogueira no estudo técnico-musical da viola caipira, de sua prática de execução e de sua integração no repertório erudito foi salientado no programa do concerto de 1968. Lembrava-se que havia escrito o citado Concertino, os 7 Prelúdios para esse instrumento, já então gravados (Chantecler), e a missa com viola caipira.

Theodoro Nogueira escreveu um artigo chamado "Anotações para um estudo sobre a viola:  Origem do Instrumento e sua difusão no Brasil". O artigo está no verso do LP e também pode ser lido clicando aqui.

Achei também um programa de Rádio apresentado pelo violonista Fábio Zanon e transmitido originalmente pela Rádio Cultura FM de São Paulo. Neste programa em especial, ele apresenta obras de Theodoro Nogueira, também executadas por Geraldo Ribeiro no Violão. Para ouvir, clique aqui.



Ainda disponho de outro Lp fundamental neste trabalho do Theodoro Nogueira com a Viola Brasileira, que é o "Concertino para Viola Brasileira e Orquestra de Câmara" onde também mostra-se os 7 prelúdios nos modos da Viola Brasileira. Neste outro LP, o solista é Antonio Carlos Barbosa Lima. Em breve, estará aqui no Blog.

Por enquanto, fiquem com o Bach na Viola Brasileira.

Bom proveito !!







4 comentários:

Unknown disse...

Extremamente maravilhoso!! Agradeço-lhe pelo LP raríssimo e pela disposição.

Obrigado.

Unknown disse...

Muito bom, nunca imaginei como a Ciaccona ficaria linda numa viola caipira

isabelbc disse...

Incrível e delicioso álbum!

Obrigada!!! :o)

Unknown disse...

Parabéns violeiro! O Acervo Origens faz muito mais pela cultura brasileira do que muita "secretaria de cultura" por aí.
rsrs...